O vôlei feminino é o melhor do mundo. No judô, as meninas vêm dando um show em todas as categorias de todas as idades. No boxe, Roseli Feitosa foi campeã mundial. Na ginástica, Jade voltou com tudo e foi bronze no mundial. Na lutas olímpica, Dailane Gomez ficou em quinto no mundial júnior e Joice e Aline ganharam medalhas em Grand Prix internacionais. No pentatlo, Yane Marques é a sexta melhor do mundo, de acordo com o ranking mundial e com o campeonato mundial. No futebol, Marta e Cristiane brilham pelo mundo afora.
A lista de mulheres brasileiras que se destacam é grande, mas poderia ser maior, bem maior. O esporte feminino, muitas vezes, vive muito mais dificuldades que o masculino.
O basquete é um dos maiores exemplos. O Nacional Feminino começou no último sábado com as mesmas promessas de sempre e os mesmos problemas. Jogadoras não foram repatriadas, os clubes continuam os mesmos, e em baixa quantidade (são apenas oito). É a primeira Liga Nacional feminina, mas que, aparentemente, nada se difere com o antigo Campeonato Nacional. Única vantagem é um site que, a princípio, é muito bom.
O polo aquático tem ainda mais o que reclamar. Não existe uma Liga Nacional, algo que acontece no masculino há três anos. O que temos são campeonatos nacionais que demoram quatro dias. No primeiro semestre, a Taça Brasil. No Segundo, o Troféu Olga Pinciroli. Poucas equipes se mantém ativas durante todo o ano. São cinco, no máximo seis, equipes adultas.
O futebol feminino está disputando no Equador uma vaga nos Jogos de Londres. Porém, internamente, segue com uma organização precária. Uma Copa do Brasil que demora pouquíssimo tempo faz com que os times não sejam fixos. Na mídia, muito se fala da espetacular seleção que temos, mas pouco se lembra da estrutura que temos aqui. O Santos difere um pouco disso tudo, mas ainda é pouco.
Saindo um pouco dos esportes coletivos, vamos falar dos individuais. No levantamento de peso, por exemplo, a média de idade das principais atletas que defendem o Brasil é altíssima, o que mostra que o futuro preocupa. Nenhum nome surge, recordes brasileiros caem bem aos poucos, isso quando caem. Alguns recordes são 100kg abaixo do recorde mundial.
No badminton, as brasileiras não tem dinheiro nem tempo nem oportunidade de ingressar no ranking mundial. A participação delas em torneios internacionais se resume ao Aberto Internacional de São Paulo e ao Campeonato Pan-Americano. O resultado disso é nossa melhor jogadora, a brilhante Yasmin Curi, se encontrar "apenas" em 212º no ranking mundial.
No tênis de mesa, temos a jovem Caroline Kumahara cada vez mais forte no cenário internacional juvenil e cadete. Porém, no adulto, sequer brigamos pelas medalhas em campeonatos pan-americanos. Ligia Silva é a melhor do Brasil há mais de uma década.
No tiro, temos muitos bons valores, mas em algumas categorias, principalmente as de tiro ao prato, sequer temos atletas competindo. Apenas uma (Daniela Carraro) está no ranking da temporada de 2010.
No tiro com arco, meninas e confederação não se entendem e elas, na categoria composto, sequer foram ao pan-americano.
São apenas alguns exemplos de que, apesar de muitos nomes de sucesso, as mulheres ainda vivem muitas dificuldades no esporte brasileiro. Dificuldades muito maiores que as vividas pelos homens. Tudo para elas é mais difícil.
Torcer para que todos os nomes citados no início da matéria façam com que finalmente mulheres e homens realmente sejam iguais no esporte nacional
***
Siga o blog no twitter: @brasilemlondres
Nenhum comentário:
Postar um comentário