Coluna Cesar Castro

Nessa semana, estava conversando com um amigo, que também é dos saltos ornamentais, e um assunto foi a nova geração de saltadores, os atuais juvenis. Levantamos algumas possíveis razões do por quê muitos desistem depois de 7, 8 ou 9 anos de treinamento.

Falo isso porque há dois anos, treino no Rio de Janeiro juntamente com uma equipe de juvenis e abservo que a grande maioria, ao esbarrar nas dificuldades, tendem a distanciar dos treinos. Exemplos: 1. Não ser bem sucedido ao tentar realizar um salto novo e levar aquela barrigada na água. 2. Não resistir aos convites para as festas, que não são poucas nessa fase da vida. 3. Simplesmente estar de saco cheio da rotina de treinos!

Claro que isso não acontece com todos, mas acontece com uma quantidade significativa, principalmente porque falo da população de saltadores brasileiros, que é muito pequena.

Atualmente funcionam no Brasil 8 escolas de saltos em apenas 4 estados e no DF. Penso eu que temos uma média de 100 saltadores no Brasil, incluindo todos, dos iniciantes até os adultos. Temos também uma rivalidade profissional e pessoal entre os poucos técnicos da modalidade, o que dificulta muito na troca de informações e unificação de um sistema de treinamento. Métodos estes que são utilizados nos países que têm tradição na modalidade e que comprovadamente dão resultados. Talvez essa vaidade desnecessária que encontramos em alguns técnicos seja reflexo da mesma vaidade que existe na cúpula da modalidade. Mas isso é outra coisa…

Se soubermos aproveitar, podemos utilizar esse momento olímpico para o crescimento substancial da modalidade em nosso país, motivar nossos atletas diminuindo a evasão e multiplicar os números das categorias de base para que em 5 ou 10 anos passamos ter atletas de grande expressão internacional.

Realizando bem meu trabalho, espero contribuir de alguma maneira para essa nova geração.

Meu conselho para a garotada é: Sejam persistentes, chatos (no bom sentido) e trabalhem a paciência sempre!
Grande abraço

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César Castro foi quinto colocado no mundial de Roma, ano passado. Foi finalista olimpico em Atenas 2004 e conquistou a medalha de prata no Pan do Rio em 2007. Todos esses resultados o tornam o melhor atleta de saltos ornamentais da história do Brasil.


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