mtb feminino

Quando falamos de ciclismo Mountain Bike feminino no Brasil, todos se lembram de Jaqueline Mourão.Ela esteve presente nas duas últimas Olimpíadas, chegou a ser nona colocada do ranking mundial em 2001 mas segue carreira somente nas provas de esqui, nas quais disputou as Olimpíadas de inverno de 2006 e 2010. Ciclismo competitivo, nunca mais. Infelizmente.
Sua substituta? Nem ela sabe: "Nenhuma idéia, isso somente o tempo vai mostrar. As outras atletas da elite feminino estão com um nível de performance parecido, a competititividade está grande e analisando os resultados deste ano, elas revezaram colocações em provas nacionais, então não tenho ainda uma pessoa em mente"

E agora o ciclismo MTB brasileiro "vive um drama", está em crise. Ano passado, durante uma competição, todas as principais competidoras correram com uma faixa preta no braço, em luta a não convocação de meninas para o Campeonato Mundial daquele ano. Segundo o técnico Edu Ramirez, nenhuma tinha nível para estar numa prova tão forte.

O presidente da Confederação Brasileira de ciclismo, José Luiz Vasconcellos, sabe que é preciso renovar: " Eu vejo um trabalho de base, precisamos renovar o mountain bike. nós abrimos pela primeira vez a prova elite sub-23 para as mulheres e essas meninas vão ser as que participarão dos próximos eventos internacionais. Não temos hoje atleta que possa trazer um resultado olímpico para nós, temos que pegar um novo talento para esse ciclo e, junto com a Jaqueline, estamos fazendo clínicas para desenvolver o feminino".

Para ele, as principais atletas atuais, como Erika Gramicelli, campeã brasileira mês passado, e Roberta Storpa não tem mais chances de brilhar no mundo do esporte. Erika concorda que a vaga olímpica está complicada, mas pede recursos: "Vou te falar que eu, Erika, acho que não vai dar não. Eu posso falar, agora, que eu tenho 100% de certeza que a gente não vai conseguir essa vaga. Falta investimento, estamos sofrendo um preconceito muito grande. Só conseguiremos a vaga caso tenhamos verbas para disputar e pontuar nas Copas do Mundo. Eu vejo que de 1997, ano que eu comecei, para hoje, não vi nada mudar. Nada no mountain bike feminino. Ninguém surgiu, nada apareceu, ninguém...Se na época que eu comecei eu tivesse tido um investimento, poderia estar despontanto até internacionalmente"

E os resultados provam que a vaga será muito, muito complicada. Erika tem sido a melhor brasileira nas provas internacionais, mas com resultados que não fazem ela lutar por um lugar em Londres 2012. Ela ficou na 12ª posição no Campeonato Pan-americano e, nos Jogos Sul-Americanos de Medellin, ficou na sétima posição duas voltas atrás da campeã.

No campeonato internacional mais importante do Brasil, a Copa Internacional, duas argentinas participaram do evento em Congonhas do Campo. Foram as únicas estrangeiras e fizeram dobradinha, deixando Erika com a terceira posição.

O ranking classificatório para Londres 2012 já está valendo e será por nações, assim como aconteceu na última Olimpíada.Do primeiro ao oitavo melhor país são dois atletas, do nono ao décimo oitavo uma atleta. Quatro vagas restantes vão para os campeões continentais das Américas, da Ásia, da África e da Oceania.

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