O Brasil perdeu o Pan-Americano de handebol há quase duas semanas, em competição realizada no Chile. Fiz uma postagem sobre o assunto, já que foi a primeira competição adulta em anos que o Brasil perdeu para Argentina, uma pena.Mas, gostei bastante de uma "Carta Aberta aos Amantes do Handebol", feita pelo belíssimo site http://www.esporteemmaos.com.br/. Esse site, aliás, é o site da revista que tem o mesmo nome, que teve seu primeiro número lançado recentemente. O site vale a pena ser visto.
Lembrando que na próxima sexta-feira, será sorteada a chave do mundial de 2011, em janeiro, na Suécia.
A "Carta Aberta", segue abaixo.
O que achávamos improvável aconteceu. Após seis anos a Argentina saboreia uma vitória sobre o Brasil e torna-se campeã do continente. A inesperada vitória ocorreu na noite deste sábado (26/06) quando a seleção masculina foi derrotada, na prorrogação, pelos nossos arqui-rivais por 28 a 27 na final do Pan-americano adulto masculino realizado no Chile.
Em uma preparação com dois jogos contra os vice-campeões olímpicos, a Islândia, em que, inclusive, vencemos e fomos com a auto-estima elevada demais para um Pan-americano que parecia fácil e, acabamos surpreendidos por uma humilde Argentina, mas cheia de sede de vitória e de título. Assim é a Argentina, assim são nossos principais adversários, nunca podemos subestimá-los.
Em que pese não estarem com a seleção completa e com uma seleção em formação, com novos atletas melhorando dia a dia, é a seleção Argentina e merecem respeito por tudo que já conquistaram, por todos os grandes atletas que já revelaram e por resultados internacionais conseguidos primeiro que nós, brasileiros, como a vitória real sobre uma seleção russa em um campeonato mundial, a primeira de uma seleção americana sobre uma européia.
Que sirva de lição sim para que nos preparemos melhor e que façamos jogos fortes como os que foram feitos na França no início deste ano, em que, jogando contra a França, conhecemos o nosso handebol, o nosso nível no cenário mundial. Não podemos achar que jogando contra uma Islândia, de férias, no Brasil e com quase todos os jogadores vice-campeões olímpicos ausentes, já estamos prontos e somos uma potência mundial.
Em 1996, três dias antes do início da Olimpíada de Atlanta, a seleção brasileira fez um amistoso contra a Croácia e o Brasil venceu por seis gols de diferença. No final do jogo, o técnico croata, irritadíssimo, veio pedir desculpas para a nossa equipe, disse que não era a equipe dele e que estava desapontado com a apresentação da seleção croata e que não nos ajudou na preparação. Quando estávamos saindo do ginásio, vi o técnico reunido com a seleção croata e parecia-me realmente irritado, falando alto etc. Tiramos sarro da seleção croata e ficamos felizes por ter vencido uma seleção européia antes da centenária olimpíada.
Quando começaram os jogos, vimos uma seleção croata vencer todos os adversários e conquistar de forma invicta a medalha de ouro e nós, fomos disputar o décimo primeiro lugar da competição contra o Kuait, após amargar quatro derrotas na chave. Essa era e, 14 anos depois, continua sendo a nossa realidade, apesar de já possuirmos patrocínio, estrutura, informação e um técnico europeu há alguns anos.
Digo que continuamos porque não melhoramos o nosso posicionamento no ranking mundial. Continuamos na rabeira da fila atrás da...Argentina. É só constatar o resultado do último mundial. Os atletas sabem disso, mas há uma certa acomodação natural quando vencemos uma equipe européia, uma certa euforia, há uma massagem no ego, mas
é irreal. Ainda é.
Precisamos nos preparar de verdade, descarto aqui, até mesmo, jogos contra clubes, mas já nos ajuda, desde que não sejam clubes da segunda divisão ou seleções B, C ou D. Precisamos jogar contra seleções fortes ou contra clubes das primeiras divisões da Alemanha, Espanha e até da França, desde que, como já falei, estejam com as equipes completas e dispostas a jogar, a nos ensinar, a contribuir conosco. Caso contrário não vale a pena. É desperdício de tempo e dinheiro.
Estamos classificados para o Mundial da Suécia, saberemos a nossa chave dia 09 de julho, a partir daí é trabalhar com metas, ou não teremos metas mais uma vez? Como no Mundial da Croácia que fomos para um mundial como se fosse só para cumprir com uma obrigação de ir para a competição, sem tirar o mérito de alguns atletas, claro. Agora temos uma organização, mas precisamos de resultados. Temos uma comissão técnica e demais integrantes muito comprometidos, mas o que dá ritmo e resultado são os jogos de alto nível.
é irreal. Ainda é.Precisamos nos preparar de verdade, descarto aqui, até mesmo, jogos contra clubes, mas já nos ajuda, desde que não sejam clubes da segunda divisão ou seleções B, C ou D. Precisamos jogar contra seleções fortes ou contra clubes das primeiras divisões da Alemanha, Espanha e até da França, desde que, como já falei, estejam com as equipes completas e dispostas a jogar, a nos ensinar, a contribuir conosco. Caso contrário não vale a pena. É desperdício de tempo e dinheiro.
Estamos classificados para o Mundial da Suécia, saberemos a nossa chave dia 09 de julho, a partir daí é trabalhar com metas, ou não teremos metas mais uma vez? Como no Mundial da Croácia que fomos para um mundial como se fosse só para cumprir com uma obrigação de ir para a competição, sem tirar o mérito de alguns atletas, claro. Agora temos uma organização, mas precisamos de resultados. Temos uma comissão técnica e demais integrantes muito comprometidos, mas o que dá ritmo e resultado são os jogos de alto nível.
Acredito que a intenção do Javier é a melhor possível e ele já obteve bons resultados internacionais com outras seleções do mundo, aliás, Javier levou o Egito a se tornar uma potência do mundo há alguns anos. Creio que com este resultado negativo em sua segunda competição oficial pela seleção brasileira ele deva apertar a preparação e continuar o trabalho.
É natural que alguns atletas fiquem chateados comigo após esses comentários porque não massageia o ego, pelo contrário, esmaga, mas escrevo isso porque o handebol está acima de egos massageados. Os atletas passam e precisamos melhorar o nível do handebol nacional e só conseguiremos isso com cobrança, mas cobranças racionais e razoáveis feitas de forma saudável.
Sempre disse que o site e a revista não se omitirão de emitir opiniões para o crescimento da modalidade, não ofenderemos e nem permitiremos qualquer forma de intenção que tenha como finalidade prejudicar a imagem e o trabalho de quem quer que seja, assim como não levantaremos assuntos sem argumentos e sem finalidade construtiva. O site está aberto para a Confederação contra-argumentar se assim desejar e para comentários sadios dos leitores que tragam soluções aos problemas encontrados.
Sempre disse que o site e a revista não se omitirão de emitir opiniões para o crescimento da modalidade, não ofenderemos e nem permitiremos qualquer forma de intenção que tenha como finalidade prejudicar a imagem e o trabalho de quem quer que seja, assim como não levantaremos assuntos sem argumentos e sem finalidade construtiva. O site está aberto para a Confederação contra-argumentar se assim desejar e para comentários sadios dos leitores que tragam soluções aos problemas encontrados.
Ano que vem teremos mundial e jogos pan-americanos classificatórios para a olimpíada de Londres e precisamos de um único resultado, vencer os Jogos Pan-americanos de Guadalajara, no México, pois só o campeão classifica. Ainda bem que temos tempo para trabalhar. A seleção Argentina nunca foi para Jogos Olímpicos, portanto, abramos os olhos e corramos atrás da nossa classificação. Vamos Confederação, é preciso melhorar a preparação dos nossos atletas para poder cobrar deles resultados. É hora de agir, sei que a situação não está fácil com a novela da renovação com a Petrobras, mas é preciso selecionar melhor nossas prioridades. Pelo crescimento da Modalidade. O espaço está aberto. Com a palavra a Confederação.
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