O Haiti foi o centro das atenções no mundo nesse primeiro mês do ano em função do terremoto lá ocorrido, que tem, até o momento, um número estimado de quase 200.000 mortos. Como Haiti está em pauta na mídia vamos falar um pouco do esporte de lá.
Os principais atletas haitianos treinam e vivem nos EUA. É o caso do judoca Joel Brutus, que disputa a categoria pesado, e foi medalha de prata no Pan de 2003 e bronze em 2007, quando conquistou o único pódio do seu país no Rio de Janeiro. Em Pequim, ele levou a bandeira do país na abertura mas não passou da primeira luta, assim como aconteceu em 2004.
A velocista Barbara Pierre chegou até as quartas-de-final dos 100m rasos em Pequim, terminando com o tempo de 11s56. Ela continua com tempos muito bons, fazendo inclusive 11s18(O recorde sul-americano, por exemplo, é de 11s17 feito em 1999) no ano passado. É um nome que pode até mesmo brigar por finais.
Outro grande atleta haitiano que treina nos EUA é Dudley Dorival, dos 110m com barreira, que recentemente abandonou a carreira após Pequim-2008. Ele foi estudar na University of Connecticut no fim da década de 90. Em pouco tempo, já era medalha de bronze no mundial de 2001, pouco depois de ter sido finalista olímpico em 2000. Nas duas últimas Olimpíadas, não conseguiu ir a final.
Ronald Agénor foi um clássico tenista haitiano, que nasceu em Marrocos e que morou nos EUA, ficando com a cidadania yankee no fim de sua carreira. Depois de nascer em Marrocos, aos oito anos foi morar no Zaire, em que ficou até aos 14 anos, quando se mudou para França, quando já se destacava no tênis. Foí número 22 do mundo em 1989, chegou as quartas de final de Roland Garros 1989. Para muitos, o melhor atleta da história do Haiti.
Por que ele era haitiano? Pois seu pai, Frédéric, era haitiano e era diplomata, por isso tantas e tantas viagens. Depois de 20 anos, Fredéric se estabeleceu no Haiti como ministro da agricultura.
Uma mancha na história esportiva do Haiti veio com o ditador François Duvalier, que ficou no poder entre 1957 e 1986. Nessa época, a maioria dos atletas que iam para as Olimpíadas não eram propriamente atletas e sim amigos do ditador, que poderia viajar com tudo pago pelo Estado sem que ninguém reclamasse. O mais clássico exemplo é Anilus Joseph, que nunca terminou sua prova de 10000m que disputou em 1972. Outros nomes são Wilnor Joseph, nos 800m, que tem até hoje o pior tempo da história olímpica nos 10000m, mais de 15 minutos pior do que o do vencedor.
Uma lástima.
Porém, vale lembrar que o Haiti já ganhou duas medalhas olímpicas, em 1924, com a equipe de tiro. Em 1928, o saltador em distância Silvio Cator ficou com a prata.
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Muito bom este texto, Guilherme, pela pesquisa e detalhes curiosos. Gosto muito de sua dedicação com a informação. Continue assim, temos muito a aprender uns com os outros. Sempre q posso, venho visitar seu blog, pena q o tempo não ajuda pra sempre deixar msgs.
ResponderExcluirGrande abraço