terça-feira, 17 de novembro de 2009

Primeiro encontro

Na primeira reunião com os presidentes de Confederação depois da eleição do Rio como sede da Olimpíada 2016, Carlos Arthur Nuzman deixou claro que só quer pensar em medalhistas em 2016. Não precisa mais de esportistas, apenas de medalhistas.

Essa dedução vai contra tudo que ele sempre argumentou nesses 14 anos de poder do esporte olímpico. Ao mesmo tempo, vai a favor de tudo que a imprensa brasileira quer e pensa, que é a tal da MEDALHA. Todos sabemos que a imprensa brasileira é medalhomaníaca. Se fica em quarto é um fracasso(Já diria Thiago Pereira), se é finalista é esquecido(Que diga Jade), se faz melhor resultado da história do esporte não vale(Que diga o ciclismo Rubens Donizete, a equipe de adestramento ou Rosângela Conceição, da luta).

Aí, quando Nuzman resolve falar o que a imprensa sempre quis, que é só saber de medalha, sempre esquecendo o cara que é finalista, semifinalista ou que consegue o melhor resultado da história do esporte, mas que esse resultado não passa de uma 33ª posição, a imprensa cai em cima novamente.

Na minha opinião, está todo mundo errado nessa história.

O Nuzman por mudar seu argumento e a imprensa por querer sempre só criticar e não olhar para o que ela realmente quer.

O mesmo Nuzman que disse ontem que ""Aqueles que não tiverem [chances de medalhas], nós temos que apenas mantê-los no esporte, agradecer. Não adianta gastar os recursos com quem não tem condições de chegar" é o que disse após a Olimpíada de 2008 que a participação brasileira foi a melhor da história, mesmo sem ter batido o recorde de ouros nem o de medalhas. A cada Olimpíada, é um novo malabarismo numérico para dizer que foi o melhor resultado da história olímpica brasileira.

E a mesma imprensa que, depois de cada Olimpíada, faz malabarismo numérico para criticar a participação brasileira é a que hoje cobra que o COB olhe para todos os esportes, todas as modalidades. Já vi números como "medalhas por habitantes', "Pib dividido pelo número de medalhas" e até mesmo Km² por medalha. Tudo para falar que a participação brasileira foi triste.

Está tudo errado.

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