O vôlei de praia é um dos esportes com mais atletas brasileiros entre os melhores do mundo. Por isso, muitas vezes um grande talento acaba sendo esquecido em nomes de peso como Ricardo, Emanuel, Márcio, Fábio Luiz. Esse é o caso de Beto Pitta, que joga ao lado de Lipe o Circuito Banco do Brasil.
No ranking naCIONAL, A dupla se encontra na quinta posição e a A meta para este ano é se manter entre os melhores no Brasil e conquistar espaço no Circuito Mundial. Vale lembrar que ano passado, ele foi eleito pela CBV o atleta revelação do ano no vôlei de praia.
Segue a entrevista que fiz com ele recentemente, via e-mail
1-) VocÊ é um jogador de volei de praia no Brasil. Como é ter a concorrência interna das melhores duplas do mundo? Isso ajuda ou atrapalha?
O Brasil é um país tradicional no vôlei de praia, e desde que o esporte foi criado, tivemos as melhores duplas do mundo junto com os Estados Unidos. Eu acho que esse é um ponto mais positivo do que negativo. Pois estes times acabam puxando o nível de qualidade dos outros times do país para cima. Pois nós temos que nos esforçar mais e mais a cada dia para podermos enfrentá-los. E sabemos que a partir do momento que conseguimos jogar no mesmo nível que estas duplas, estaremos também entre as melhores do mundo.O único ponto mais complicado é no que diz a classificação para a Olimpiada, pois um país pode ter no máximo 2 duplas. E como temos muitos times de qualidade, normalmente 4 brigando por 2 vagas, é bem complicado.
2-) Você está com 22 anos e ano passado foi eleito o atleta revelação do circuito brasileiro. Quais são as perspectivas para esse ciclo olímpico?
ciclo Olimpico começou este ano. Mas a classificação para as Olimpiadas de 2012, só começam no ano anterior e vai até o meio do ano da Olimpiada. Então ainda temos bastante chão a percorrer. Acho que preciso de uma rodagem maior no Circuito Mundial (que é onde as duplas se classificam para a Olimpiada), mas tenho certeza que tenho chances de estar lá representando o Brasil.
3-) VocÊ tem alguém gerenciando sua carreira?
Há algum tempo virei Atleta Adviser. Que é uma empresa originalmente voltada para a área de eventos, mas que está entrando de cabeça na área de marketing esportivo. E os profissionais de lá estão empolgados com essa nova oportunidade. E foi essa energia que me fez acreditar nos projetos da Adviser.
4-) Você foi campeão sul-americano em 2007. Qual é a importância dessa conquista, visto que nosso rivais continentais não são tão fortes?
O Campeonato Sul-Americano foi umas das minhas primeiras experiências em eventos internacionais. E consegui ganhar muita experiência jogando fora do Brasil. Ganhamos duas etapas, duas vezes contra uruguaios e com torcida contra, então você acaba aprendendo a lidar com toda essa pressão.
5-) Como você vê as duplas norte-americanas, que dão mais valor ao circuito nacional deles do que o circuito mundial. VocÊ acha que isso os fortalece ou os deixa vulnerável? Acha que seria legal nossas duplas tomarem a mesma postura?Essa valorização da AVP (Circuito norte americano) já foi maior. Hoje, as principais duplas desse país disputam o Circuito Mundial com muita regularidade. Mas com certeza eles dão muito valor ao que tem em seu país, pois muitas vezes deixam de ir ao Circuito Mundial para disputar a AVP. Os Estados Unidos são, junto com o Brasil e a Alemanha, as potências do vôlei de praia, e como eles, assim como nós, têm um circuito nacional muito forte, tecnicamente eles não perdem por não jogarem tanto o ciruito mundial. Não acredito que nós brasileiros deviamos priorizar assim o mundial, pois podemos ter uma base, uma comparação quanto ao nível em que estamos e em qual nível estão os times europeus ao jogar o circuito mundial. Além disso a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) faz de tudo para que as etapas do nosso nacional não sejam nas mesmas datas do circuito mundial, facilitando para os atletas.
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