Dois árbitros brasileiros fizeram história nas Olimpíadas em função de confusões ocorridas. Em 1972, Renato Righetto era quem estava apitando a conturbada final do basquete masculino entre EUA e URSS. Já Ana Maria Silveira teve um erro de digitação que mudou a história da prova do solo do nado sincronizado de 1992.
Depois de sete títulos seguidos, os americanos não se preocuparam em levar para Munique, em 1972, seu melhor time. De toda forma, foi injusto a maneira em que perderam a medalha de ouro olímpica num dos episódios mais confusos da história olímpica.Os americanos passaram por oito participantes até chegar a grande final, levando apenas 44 pontos por partida na média.
Num jogo bastente equilibrado e com poucas cestas, os segundos derradeiros chegaram e a partida estava 49×48 para os soviéticos. A posse de bola era soviética, mas Sasha Belov entregou a bola nas mãos do americano Doug Collins, que no contra ataque conseguiu levar a falta, convertando seus dois lances livres, deixando os yankees na frente por 50×49.A URSS repôs a bola em jogo, mas não conseguiu reagir, pelo contrário, perdeu a bola com um segundo de cronômetro, deixando os americanos a desdendarem na festa. A partir daí, surgiram diversos episódios até hoje mal explicados que deixaram os americanos com a prata.
Na mesa de cronometragem, o técnico russo Kondrashin gritava com os chefes da cronômetragens e o árbitro, o brasileiro Renato Righetto, que com um auxílio de um intérprete conseguiu passar a mensagem de que havia pedido um tempo depois dos arremessos livres do norte americano, no fim da partida.Quando Renato havia dado como certa a vitória soviética, a Federação Internacional de Basquete interveio determinando que o relógio voltasse para os 3s após a queda da cesta americana e que o jogo seguisse daí.
Obviamente, como sabiamente disse Silvio Lancelotti em seu livro “Olimpíadas 100 anos”, a autoridade da FIBA se circunscrevia ás questões extra quadra.Com a nova cronometragem no placar, os soviéticos tiveram a chance de virar a final olímpica. Nem o lance mais ensaiado daria certo em tal circunstância. Mas deu certo. Edeshko fez um lançamento incrível nas mãos de Belov, que teve 1s para penetrar na defesa americana e jogar a bola na tabela. A pelota rodopiou o aro e caiu, dando vitória aos vermelhos.
A história de 1992 é menos famosa mas tão curiosa quanto. A canadense Sylvie Fréchette, então campeã mundial, era grande favorita para conquistar a medalha de ouro na prova. Se apresentou muito bem e suas notas ficaram na casa de 9,8 e 9,7, o que lhe renderia o ouro.
Entretanto, entre as notas tinha um 8,7 da brasileira Ana Maria, que a fez despencar na classificação, já que nessa época a menor nota ainda não era eliminada. Atualmente, as notas são dadas e a melhor e a pior são descartadas e o restante, somado. O problema é que Ana Maria digitou errado a nota, que na verdade era para ser 9,7.
A brasileira assumiu o erro, disse que sua nota era para ser 9,7, o Comitê canadense entrou com um protesto, mas nada que fez com que Sylvie voltasse ao pódio. Sprague kKristen, a vencedora, dos EUA, reconheceu a superioridade da rival e a chamou para subir no lugar mais alto do pódio ao seu lado.
Já o COI demorou três anos para reconhecer o erro. Em 1995, premiou a canadense com a marecida medalha de ouro, mas não tirou o título da americana. A prova solo de 1992, atualmente, tem duas medalhas de ouro.
Na estante
Universo Olímpico- Eduardo Coli
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