sábado, 4 de julho de 2009

Histórias olímpicas

Muito se fala que algumas equipes precisam de experiência de olimpíadas “nas costas” para se destacar. Porém, a equipe da Dinamarca de handebol feminino provou que não precisa disso para vencer. Sem nunca ter disputado uma partida de olimpíada no handebol feminino, que é disputado desde 1976, as nórdicas venceram as olimpíadas de 1996, o primeiro da série de três títulos olímpicos conquistados pela Dinamarca, e foram apelidadas de Damas de Ferro.

Os 100% de aproveitamento em medalhas de ouro acontece também em função do time, já renovado, não ter conseguido uma vaga para 2008.Em 1996, as medalhistas de bronze no mundial de 1995 chegaram como postulantes a medalha, mas longe de serem favoritas, posto que na época cabia as campeãs mundiais sul-coreanas.

Porém, comandadas por Gitte Madsen e Anja Andersen, as dinamarquesas viraram um jogo quase perdido na final, perdiam por 16x10 após o intervalo, e venceram por 37 a 33 na prorrogação. Andersen era o grande destaque do time, que com seu temperamento forte sofreu diversos dois minutos durante sua carreira, mas que foi essencial na conquista da olimpíada e do mundial do ano seguinte, em 1997, quando ocorreu uma mescla de veteranas e novatas, que virariam a base para conquista do bicampeonato olímpico em 2000.

Nos Jogos de 2000, seis campeãs olímpicas estavam no elenco, mas o time era praticamente o mesmo que sofrera, em casa, um dolorido revés no mundial de 2009, quando perdeu para França nas quartas-de-final. Nas olimpíadas, entretanto, veio o troco com vitória de 28x26 sobre as francesas, também nas quartas-de-final. Na semifinal, vitória sobre Coréia do Sul por 31x29 que o placar engana quem acha que a partida foi equilibrada e na final, uma bela virada sobre a Hungria, 31 a 27, apesar de o time adversário contar com Bojana Radulović, melhor jogadora da temporada de 2000. A partida chegou a estar 23x17 para as húngaras, mas em quatro minutos, com gols de Anette Hoffmann e Janne Kolling, o time nórdico empatou e aí não havia mais psicológico para as húngaras se manterem no jogo.

O ciclo olímpico para 2004 parecia levar as dinamarquesas para longe do tricampeonato. O time não foi ao pódio em nenhum dos dois mundiais, em 2001 e 2003, e não chegou como favorita para Atenas, apesar de contar com seis campeãs olímpicas de 2000: Katrine Fruelund, Lotte Kiærskou, Rikke Petersen, Kristine Andersen e Mette Vestergaard. A rivalidade com a Coréia voltou a tona, depois do empate na primeira fase e o reencontro marcado para a final, depois da vitória sobre China e Ucrânia nas quartas-de-final e semi final. E a vitória sobre as asiáticas não poderia ser mais emocionante.

Depois de um empate no tempo normal, na primeira e na segunda prorrogação, a decisão foi para os 7 metros. Katrine Fruelund, com 15 gols, foi jogadora mais importante da equipe dinamarquesa na partida, mas a goleira Karin Mortensen deixou a quadra como heroína da partida durante a disputa de pênaltis, em que defendeu duas cobranças das adversárias. Para Pequim, a equipe não conseguiu a classificação, com uma renovação imensa na equipe, que fez com que a Dinamarca não conseguisse sequer uma classificação para o mundial de 2007.

No pré olímpico continental, em 2008, ficou longe da vaga. Ao menos, as Damas de Ferro se mantém com 100% de medalhas de ouro, já que estiveram em três olimpíadas e venceram todas.

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