Nos Jogos olímpicos de 1964, das 12 atletas da seleção, 10 faziam parte do time do técnico Daimatsu, que dirigia o Kaizuko Amazons, que vencera 137 partidas consecutivas em ligas japonesas e asiáticas. As pequeninas japonesas sabiam que só venceriam as gigantes soviéticas com um sistema defensivo que nunca foi visto antes. E o técnico conseguiu ensinar suas atletas a usar uma recepção de saque nunca antes utilizada, a forçar um rolamento logo após a defesa para que em centésimos de segundo estivesse pronta para outra jogada.
A seleção do Japão, treinada por Daimatsu desde 1958, foi vice-campeã mundial em 1960 e conseguiu uma vitória histórica sobre as soviéticas, na União Soviética, no mundial de 1962, chegando ao inédito título. Por isso, o time chegou a Tóquio com um amplo favoritismo, também pelo fato de ter o apoio gigantesco da torcida. Naquela ocasião, estima-se que 80% da população japonesa assistiu a partida pela televisão.
Os métodos de Daimatsu, porém, o levariam a perder o emprego: após a vitória, as meninas do Japão foram convidadas a visitar o Primeiro Ministro Eisaku Sato, e aproveitaram para colocar para fora todas as suas mágoas. A capitã do time, inclusive, queixou-se de que Daimatsu não permitia que elas namorassem, e que deste jeito ela jamais arrumaria um marido. Irritado com esta "insubordinação", Daimatsu entregou o cargo, e foi trabalhar em uma agência de publicidade.
A campanha nas olimpíadas da equipe foi irretocável. Em cinco jogos, cinco vitórias e apenas um set perdido, exatamente quando o técnico poupou suas principais jogadoras para esconder o jogo diante da atenção do técnico da União Soviética, assistindo o jogo no ginásio.Com um regulamento que teve as seis equipes se enfrentando em turno único com a equipe que tivesse mais vitórias saindo como vencedora, as japonesas venceram Coréia do Sul, EUA, Polônia e Romênia, além da convicente vitória que definiu o ouro, sobre as soviéticas, por 3x0, parciais de 15-11, 15-9 e 15-13.
A seleção japonesa, já sem Daimatsu, continuou forte no cenário internacional. Vieram as pratas de 1968 e 1972, o título de 1976, e o bronze de 1984. Desde então, perdeu espaço e tem hoje, como único triunfo, uma forte defesa, herança deixada por Daimatsu.
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