O Brasil vem se mostrando como uma das principais potências no mundo, principalmente na competição feminina. 25 mulheres participaram dos Jogos de Pequim e apenas dois países- Brasil e Grã Bretanha- levaram duas representantes. Enquanto as britânicas oucuparam dois lugares no pódio, as brasileiras chegaram muito perto, com o quinto lugar da jovem Ana Marcela e a sétima posição de Poliana Okimoto.
Poliana, aliás, vem se firmando nos últimos anos como uma das principais atletas do mundo na prova. Em 2006, foi medalha de prata no mundial tanto nos 5km como nos 10km, mesma medalha que ficou na disputa dos Jogos Pan-americanos de 2007, quando perdeu o ouro na batida de mão. Ela ainda ficou na oitava posição nos 10km no mundial de 2007 e foi sexta nos 5km.
Já Ana Marcela, de apenas 17 anos, é a grande sensação do esporte no Brasil. Quinta colocada no Pan, é atual líder do ranking mundial por ter vencido a etapa de abertura do circuito,disputada em Santos no mês de janeiro, e foi a sensação das olimpíadas, ao chegar muito próxima da medalha, fechando na quinta posição.
Entretanto, um dos atletas veteranos da equipe masculina, Luiz Lima, acredita que o esporte precisa continuar evoluindo no país, para não ficar para trás: "Não podemos deixar acontecer o que aconteceu com o vôlei de praia, que depois que virou olímpico, os outros países passaram a evoluir mais que a gente".
Luiz Lima, campeão pan-americano dos 400m livre em 99 e participante olímpico nas olimpíadas de 2000, está garantido no mundial deste ano, competição mais importante da temporada nas maratonas aquáticas, na prova de 5km. Quem também nadará esta prova em Roma é Alan do Carmo, representante brasileiro nos 10km de Pequim, quando terminou em 14º, e medalhista de bronze no Pan do Rio.
A prova dos 5km, porém, não é olímpica e nem deve se tornar tão cedo. A Federação Internacional de Natação encaminhou um pedido de mudança no programa dos esportes aquáticos para os Jogos de Londres 2012. Entre os pedidos se encontram a inclusão das provas de 50m peito, 50m borboleta, 50m costas, um aumento do número de equipes do nado sicronizado e do polo aquático feminino, mas nada consta sobre a prova de 5km das maratonas aquáticas, o que deixa impossível que a prova aconteça em 2012. O brasileiro Marcelo Romanelli, participante brasileiro dos Jogos Pan-americanos e que tem a vaga para os 10km no mundial deste ano acha certo a atitude da FINA: "A prova de 5 km acho que ainda e considerada um pouco curta para maratona , mas acho um grande avanço ter os 10 km e não temos o que reclamar não".
Romanelli, do Grêmio Nautico União, garantiu a vaga no mundial de Roma quando foi o segundo melhor brasileiro na Travessia de Santos, quando terminou na 14ª posição na competição que reuniu a grande maioria dos principais atletas do mundo. A frente dele ficou Alan do Carmo, que ficou na sexta posição.
O circuito nacional também tem tido cada vez mais prestígio. Depois de um ano sem ser realizada por falta de patrocínio, a Travessia dos Fortes, prova mais tradicional do Brasil, voltou em 2009 com toda a força. Além desta prova, outras tantas travessias ocorrem no Brasil, inclusive com transmissão para TV aberta. A Copa do mundo tem abertura em Santos, em prova geralmente realizada em janeiro, mostrando a importância do Brasil no cenário internacional.
Mas, como todo esporte olímpico no Brasil, nem tudo são flores. "Os clubes do sul ja tem uma tradiçao em apoiar as maratonas, e continuam com a mesma politica" garante, feliz, Marcelo Romanelli, que é do Grêmio Nautico União. Porém, ainda está satisfeito com o investimento de patrocinadores " Em relaçao a patriocinio continua muito dificil e ficamos exclusivamente dependente do clube mesmo".
A torcida é para que neste ciclo olímpico, o Brasil continue como uma das potências mundiais nas maratonas aquáticas e chegue em 2012 como candidato a medalha e com uma equipe completa, com quatro atletas, algo que "bateu na trave" em 2008. Até lá, os mundiais de 2009 e 2011 são os torneios mais importantes.
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