segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Teófilo Stevenson- Histórias Olímpicas

Seu pai, Teófilo, era um imigrante anglófono, da ilha de St. Vincent e sua mãe, Dolores, apesar de nascida em Cuba, era filha de imigrantes procedentes de St. Kitts. Por isso, Teófilo, o filho, falava inglês com fluência.
Seu pai também era boxeador e Teófilo seguiu a mesma carreira, com mais facilidades que o pai pois começou a atuar já sob o regime de Fidel Castro que dá forte apoio ao esporte.

Com 1,90m de altura e peso na média dos 93 kg, é considerado o maior boxeador não profissional de todos os tempos, com os devidos temperamentos ao alegado amadorismo, pois é sabido que nos regimes socialistas da Europa Oriental e de outras partes (e Cuba é um caso exemplar) os atletas de destaque são patrocinados pelo Estado.

Por várias vezes, anunciou-se que Stevenson lutaria contra Muhamad Ali, mas problemas técnicos (número de assaltos e local da luta) e políticos ( as relações tensas entre Cuba e Estados Unidos) impediram que a luta se realizasse.
Por causa do bloqueio dos países comunistas, Stevenson não esteve presente nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Depois de disputar, em 1988, o campeonato mundial em Reno, nos Estados Unidos, Teófilo decide aposentar-se dos ringues.

Aos 20 anos de idade, esse jovem de Puerto Padre uma província de Las Tunas, estréia nos seu primeiro Jogos Olímpicos em Munique, em 1972. Nas oitavas de final, Stevenson enfrentou nada menos que o grande favorito para medalha de ouro, o norte-americano Duane Bobick, para quem havia perdido no ano anterior nos Jogos Panamericanos de Cali, Colômbia.
O cubano cobrou a revanche sem grandes complicações, mas o que mais impressionou foi a força de seus golpes, sua potência e a forma como se movia no ringue, apesar de ser um peso pesado. Stevernson foi pelo o ouro e o ganhou.

Terminava o terceiro assalto do combate pelo ouro Olímpico em Moscou 80 e tão logo soou o gongo o lutador soviético Pyotr Zaev começou sua prórpia comemoração, ainda que soubesse que a medalha não era sua. O que o soviético festejava era o histórico final do combate, já que a ele correspondia a honra de poder terminar de pé frente ao demolidor número um do olimpismo, com o resultado de 4 pontos a 1.

E, tanto em Munique (72), como em Montreal (76), Stevenson venceu por nocaute seus opositores finais, que foram o romeno Ion Alexe e Mircea Simon respectivamente. Talvez Stevenson tenha passado por um apuro olímpico na final de 1976, quando Simon esquivou-se da sua eminente derrota por mover-se muito sobre o ringue durante os primeiros episódios. Assim, o romeno conseguiu se esquivar dos fortes punchs do campeão, mas cedo ou tarde o golpe de misericórdia que caracterizava Stevenson encontraria o branco de costume. E aconteceu muito antes de acabar o combate: a festa acabou para o romeno e Stevenson ganhou sua segunda medalha olímpica.

Seus atributos no boxe chamaram a atenção dos sagazes promotores do boxe profissional. Chegaram a oferecer quantidades extraordinárias em dólares para que abandona-se o Amador o que forçosamente implicava em abandonar Cuba. No final de Munique (72), vazou a noticia que ofereciam a Stevenson 3 milhões de dólares por um combate profissional, mas ele, seca e orgulhosamente disse que preferia os 10 milhões de aplausos da gente de seu país. Como recompensa a sua entrega esportiva e fervor patriótico, o governo de Fidel Castro sempre lhe concedeu uma serie de privilégios.

Pela falta de acordo entre os números de rounds e lugar adequado nunca se pode montar o sonhado combate entre Stevenson e o outro astro do boxe mundial, o americano Muhammad Ali. Hoje em dia, Stevenson conserva sua popularidade de anos anteriores e trabalha como funcionário da federação de boxe de Cuba.

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