O ano de 2008 está acabando e blog preparou para os leitores uma super restrospectiva, resumindo o que melhor aconteceu em cada um dos esportes olímpicos nas disputas nacionais e internacionais de nossos atletas. Também trás um panorama geral mundial da modalidade, com os principais nomes estrangeiros, expectativa para 2009 e principais competições do próximo ano. Nela, colocamos a maior surpresa, a maior decepção e a principal expectativa para o ano que vem entre os brasileiros.
Hoje será a décima segunda postagem sobre o ano de 2008, e a última. Depois de lembrarmos o que melhor aconteceu em todos os esportes olímpicos, hoje terminaremos com o vôlei e vôlei de praia que, juntos, deram quatro medalhas ao Brasil em Pequim. E ainda foi pouco...
VOLEI
O embate do vôlei nos Jogos Olímpicos de Pequim terminou protagonizado por apenas dois países. Com uma vitória para cada lado, Brasil e Estados Unidos centralizaram as atenções nas finais, que marcaram o fim de um ciclo da melhor geração do vôlei masculino brasileiro e a redenção da equipe feminina, anteriormente estigmatizada pelo 'quase'.
Com apenas um set perdido ao longo da competição, o time comandado por José Roberto Guimarães se livrou do rótulo de 'amarelão' ao conquistar o inédito ouro olímpico, com a vitória por 3 sets a 1 sobre os EUA na final.
O título encerra o trauma de uma seleção considerada uma potência, mas que na hora de decidir sentia a pressão. Foi assim em Atenas, quando o Brasil perdeu a chance de ir à decisão após sucessivos erros (ganhava o quarto set por 24-19). A história se repetiu no Mundial de 2006 e a Rússia virou novamente para cima das brasileiras, desta vez, na final. O drama aumentou nos Jogos Pan-Americanos de 2007. O time desperdiçou uma série de match points e, ao perder para as eternas rivais cubanas, teve que se contentar com a prata em casa.
Se para as mulheres a China trouxe a redenção, para os homens Pequim ficará marcada como o fim de uma era vitoriosa. A derrocada ocorreu diante do maior algoz dos brasileiros desde que o técnico Bernardinho assumiu a seleção em 2001. Com a vitória na final dos Jogos, os EUA somam oito triunfos, sendo dois neste ano - o primeiro na semifinal da Liga Mundial.
Comandados pelo oposto Stanley e levantador Ball, os norte-americanos venceram, de virada, por 3 a 1, e impediram que o Brasil se tornasse o primeiro país a conquistar dois títulos olímpicos e dois mundiais, na seqüência.
O ciclo olímpico da seleção masculina termina com as aposentadorias confirmadas do meio-de-rede Gustavo e do oposto Anderson.
O time feminino chegou com status de favorita, mais uma vez, depois do título do Gran Prix, no mês de julho. O quarto em cinco anos e o sétimo na história. Na fase final, ganhou seus cinco jogos, perdendo apenas um set, para a China.
Enquanto isso, o time masculino chegou pela primeira vez em sete anos não favorito absoluto para uma competição. Disputando a final da Liga Mundial no Rio de Janeiro, o time ficou fora do pódio pela primeira vez em sete anos de comando Bernardinho, sendo eliminado pelos americanos nas semi finais e perdendo o bronze para os russos.
Na base, um alerta. Pela primeira vez o título sul-americano infanto-juvenil masculino não é do Brasil. A Argentina quebrou a hegemonia brasileira no continente ao vencer por 3 sets a 1, com parciais de 15/25, 25/16, 25/22 e 25/12 a 16ª edição da competição, disputada em Poços de Caldas (MG). Duas semanas antes, na mesma cidade, a Argentina superou o Brasil na final do Sul-Americano juvenil.
Já as meninas venceram os torneios nas duas categorias.
Depois de um início irregular, o Rexona-Ades neutralizou as armas do Finasa/Osasco, venceu de virada por 3 sets a 1, com parciais de 21-25, 25-20, 25-14 e 25-20, e conquistou o pentacampeonato da Superliga feminina de vôlei.
O time do Rio de Janeiro comprovou, assim, a superioridade sobre o rival durante a competição. Em cinco duelos na edição 2007-2008, foram quatro vitórias para a equipe comandada por Bernardinho.Rexona e Osasco dominam a Superliga desde 2003 e protagonizam a maior rivalidade do vôlei feminino no país. O time paulista foi campeão em 2002-2003, 2003-2004 e 2004-2005, enquanto o representante fluminense vem de três títulos seguidos, 2005-2006, 2006-2007 e agora, 2007-2008, além dos troféus em 1997-1998 e 1999-2000.
Em um duelo marcado pelo esperado equilíbrio, quem levou a melhor foi a Cimed, que venceu o Telemig Celular/Minas por 3 sets a 2, com parciais de 25-27, 25-21, 24-26, 25-15 e 15-12, neste no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, na final da Superliga masculina de vôlei e conquistou o bicampeonato da competição.
Os números já indicavam que a partida não teria um favorito. Esta foi a terceira decisão consecutiva entre os dois times. Em 2005-2006, a então "estreante" Cimed foi campeã no último jogo da série de melhor-de-cinco. Na temporada passada, o Minas foi vitorioso no quarto confronto. Além disso, nos três últimos anos, as duas equipes já se enfrentaram 16 vezes. Com o placar deste domingo, a Cimed assume a liderança no confronto direto, com apenas uma vitória -nove no total- a mais que o oponente.
Panorama mundial Embora tenham obtido resultados ruins em comparação com Atenas-2004, duas potências mundiais podem comemorar o ressurgimento nos Jogos de Pequim. Medalhistas na Grécia, a seleção feminina de Cuba e o time masculino da Itália sofreram durante o período entre Olimpíadas, mas encerraram a participação na China como a quarta força do vôlei. Os italianos não deram continuidade ao trabalho que resultou na prata olímpica de Atenas. No últimos quatro anos, a equipe amargou resultados modestos como o quinto lugar no Mundial de 2006, o sexto lugar no Campeonato Europeu de 2007, além de não ficar entre os cinco primeiros nas últimas três edições da Liga Mundial. A queda só não foi pior porque no último momento, os europeus conseguiram a vaga olímpica –quase perdida para a seleção japonesa.Mesmo com o retrospecto negativo recente, os italianos terminaram a primeira fase dos Jogos com a segunda melhor campanha do Grupo A, atrás apenas dos campeões norte-americanos. Nas quartas-de-final, eliminaram a Polônia, mas pararam diante da seleção brasileira na semifinal. Na disputa pelo bronze, foram derrotados pelos favoritos russos.A história se repete no feminino com Cuba. Tricampeã olímpica (1992, 1996 e 2000), as eternas rivais das brasileiras foram bronze em Atenas-2004, mas desde então lutam para se reerguer no cenário mundial. Sem subir ao pódio das principais competições, as cubanas ficaram em quarto nos Jogos de Pequim e repetiram o resultado obtido na Copa do Mundo de 2007 e nos Grand Prix de 2005 e 2006. Cuba ainda obteve modestos sétimos lugares no Mundial de 2006 e no Grand Prix do ano passado.
Principal Surpresa brasileira Ouro das meninas em Pequim
Principal decepção brasileira Perda dos dois títulos sul-americanos masculino na base
Aposta para 2009 Título da Liga Mundial para os homens
VÔLEI DE PRAIA
A expectativa era grande. Afinal, os resultados das últimas Olimpíadas credenciavam o vôlei de praia brasileiro à conquista de pelo menos uma medalha de ouro em Pequim. O lugar mais alto do pódio, no entanto, não veio e a equipe verde-amarela teve em 2008 sua pior participação desde que a modalidade é disputada nos Jogos - Atlanta-96. De quebra, o país assistiu à confirmação dos Estados Unidos como a maior força da modalidade.
Campeões olímpicos em Atenas-04, Ricardo e Emanuel eram a principal esperança brasileira no esporte. Mesmo sem manter o domínio no circuito mundial nos últimos anos, os dois eram considerados os nomes a serem batidos quando chegassem à China.
Os próprios norte-americanos campeões da disputa, Todd Rogers e Phil Dalhausser, chegaram a afirmar antes do início das Olimpíadas que Ricardo e Emanuel dificilmente perderiam o ouro. "Estamos confiantes, mas em minha opinião será muito difícil superar os dois", analisou Dalhausser.
As previsões não se confirmaram. A maior dupla masculina brasileira de todos os tempos fez um duelo caseiro na semifinal com Márcio e Fábio Luiz e foi superada por 2 sets a 0. Com isso, os dois precisaram se contentar com o bronze obtido em novo duelo verde-amarelo: diante de Geor e Gia (Jorge e Renatão), que representaram a Geórgia em Pequim.
A derrota de Ricardo e Emanuel na semifinal transferiu toda a esperança do ouro para a dupla número 2 do país e até então pouco cotada à conquista de medalha. Márcio e Fábio Luiz bem que tentaram, mas ficaram longe de impedir a vitória de Rogers e Dalhausser na final, principalmente após uma sucessão de falhas no terceiro set.
"Fiquei feliz por ter ficado com a medalha de prata, mas queria o ouro. Ninguém queria o ouro mais do que eu. Mas a vida é isso aí", lamentou Fábio Luiz após a decisão em discurso que foi repetido pelo companheiro. "Não tenho muitas palavras para dizer. Às vezes, não acertamos. Não é fácil. Em um momento como esse, ficamos com o gostinho de quero mais", completou Márcio.
Enquanto o Brasil conseguiu pela primeira vez levar duas duplas ao pódio entre os homens, os Estados Unidos tiveram outro feito inédito de maior relevância para comemorar. Isso porque o título no masculino confirmou o país norte-americano como o primeiro a conquistar as duas medalhas de ouro em disputa no vôlei de praia na mesma Olimpíada.
Tal façanha só foi assegurada graças à confirmação do favoritismo de Kerri Walsh e Misty May-Treanor entre as mulheres. As duas obtiveram o bicampeonato olímpico de maneira absoluta, sem perder um set sequer nas sete partidas que disputaram em Pequim.
Já o Brasil ficou sem subir ao pódio olímpico feminino pela primeira vez. A exemplo dos homens, a dupla de mulheres brasileiras que chegou mais longe foi a número 2 do país, formada por Renata e Talita. Após caírem diante de Walsh e May na semifinal, elas foram para a disputa do bronze e pouco puderam fazer para evitar o revés contra as anfitriãs Chen Xue e Xi Zhang por 2 a 0.
A outra dupla brasileira teve um caminho bem mais complicado. Principais candidatas a desafiar o reinado de Walsh e May, Juliana e Larissa começaram a perder a medalha antes mesmo do início dos Jogos. A alguns dias da estréia, a primeira jogadora decidiu abandonar as Olimpíadas devido ao agravamento de uma lesão no joelho direito.
A veterana Ana Paula foi chamada às pressas para substituí-la e chegou a Pequim somente na véspera do primeiro jogo que faria ao lado Larissa. Sem nunca ter nem ter nem treinado junto, a dupla sentiu a falta de entrosamento e parou nas quartas-de-final, também diante das campeãs norte-americanas.
"Se tivéssemos tido um pouco mais de tempo, dentro das condições normais, nós teríamos mais chance de medalhar. Mas eu estou feliz. Conseguimos, depois desse tempo todo, ser uma dupla", conformou-se Larissa após ser eliminada.
No circuito brasileiro, sob os olhares atentos de Juliana (CE), a campeã pan-americana Larissa (PA) conquistou, o tetracampeonato do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia 2008. Ela e sua parceira, Vivian (PA), asseguraram o título da temporada com uma etapa de antecedência.
Juntas no segundo semestre de 2008, Vivian e Larissa acumulam 24 jogos e 20 vitórias, além do título da etapa de Camaçari (BA) e dos vice-campeonatos em Maceió (AL) e no Recife (PE). Campeã das seis primeiras etapas da temporada ao lado de Juliana, Larissa acumulou com a cearense a incrível marca de 30 partidas e 30 vitórias na temporada 2008 do Circuito Banco do Brasil. Vivian, que jogou o primeiro semestre ao lado de Bárbara Seixas, registra 27 partidas e 18 vitórias nas primeiras seis etapas do ano.
A emocionante vitória na semifinal por 2 sets a 0 (25/23 e 36/34) de Ricardo e Emanuel (BA/PR) sobre Hevaldo/Benjamin (CE/MS) valeu mais do que a vaga na decisão da etapa pernambucana do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia 2008. Garantidos na final, os campeões olímpicos de 2004 asseguraram também, o tetracampeonato do Circuito Banco do Brasil.
Na atual temporada, são seis títulos - Xangri-lá (RS), Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande (MS), Cáceres (MT) e Brasília (DF) – e dois recordes entre as parcerias masculinas na competição: maior número de títulos conquistados em uma mesma temporada e maior período de invencibilidade (31 partidas). A campanha na atual temporada do Circuito Banco do Brasil assinala 46 vitórias em 50 partidas.
O carioca Pedro Solberg e o brasiliense Harley são os novos campeões do circuito mundial de vôlei de praia. A conquista foi garantida na Praia da Enseada, no Guarujá, onde a dupla derrotou os alemães Julius Brink e Christoph Dieckmann por 24/26, 21/19 e 15/13 na dramática decisão do Aberto do Brasil, 17ª etapa da temporada. Restando três torneios, os brasileiros não podiamm mais ser alcançados pelos perseguidores mais diretos.
A conquista do circuito mundial representou a superação do pior momento atravessado no ano pela dupla, orientada pelo técnico Renato França e baseada na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Depois de reduzir ao mínimo a diferença que os separava da segunda vaga brasileira aos Jogos Olímpicos de Pequim, Pedro Solberg e Harley desperdiçaram a chance na data-limite com a derrota no confronto direto para Márcio e Fábio Luiz no Aberto de Marselha.
A FIVB confirmou na que Shelda e Ana Paula garatiram matematicamente por antecipação o título do Cirtcuito Mundial de 2008. Com a vitória na partida de estréia da etapa da competição no Guarujá, em São Paulo,, as duas não poderiamm mais ser alcançadas pelas segundas colocadas no ranking, as também brasileiras Renata e Talita.
Principal surpresa brasileira Vitória de Marcio e Fábio Luiz sobre Emanuel e Ricardo nas semi finais de Pequim
Principal decepção brasileira Sair de Pequim sem medalha no feminino
Aposta para 2009 Título mundial para Juliana e Larissa, juntas.
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