domingo, 14 de dezembro de 2008

3 tipos diferentes de investimento nos esportes

Um dos leitores mais asíduos do blog, que prefere ser reconhecido apenas por Br, me mandou um e-mail muito interessante dando sugestões para o esporte de base no Brasil, comparando com três níveis no mundo: Cuba, no nível escolar, EUA, no nível universitário, e Austrália no adulto.
Segue abaixo as explicações

PARA O ESPORTE NA BASE:

Implantação dos CEEs ( Centros de Ensino Esportivo ) nas escolas públicas do país. Além de promover a inclusão social através do esporte e fomentar saúde entre os jovens , a simples implantação dos CEEs também solucionaria uma carência nas escolas da rede pública ; a ausência de locais para a prática esportiva.

PARA O ESPORTE UNIVERSITÁRIO:

1ª ) Criação de uma liga universitária para as principais modalidades olímpicas. A criação desta liga fortaleceria o esporte olímpico nas universidades ( hoje restrito aos Jogos Universitários ) e fomentaria o espírito de competitividade entre estas instituições ; gerando por conseguinte ; grande número de talentos para o alto rendimento.
2ª ) Concessão de bolsas de estudo em universidades particulares aos atletas já federados ,
advindos do ensino fundamental e do ensino médio.
Ocorre que muitos jovens talentos ao ingressarem no ensino superior , acabam por abandonar a carreira de atleta por falta de estímulo e por não terem retorno algum ; para que além da formação acadêmica ; prossigam com a carreira esportiva.
3ª ) Redirecionamento de uma porcentagem das verbas públicas ( sejam das estatais ou da Lei Piva ) para dotar nossas universidades de uma infra-estrutura esportiva , no mínimo similar a das universidades norte-americanas ?

PARA O ALTO RENDIMENTO:

Criação de Centros Nacionais de Excelência para as principais modalidades olímpicas.
Nestes centros reunir-se-ia os atletas expoentes oriúndos do 2° nível ( das universidades ) , para que fossem lapidados para o esporte de resultado ( para o esporte de alto rendimento ) .
Como os níveis ( ou estágios ) estão interligados ; colocadas em execução ; as propostas apre-
sentadas em cada nível , surtiriam benesses no estágio imediatamente acima !

I )O ESPORTE NA BASE / O MODELO CUBANO
No modelo esportivo cubano o esporte é construido na base ( no ensino fundamental e no ensino médio ) . Em Cuba , conforme documentário que já tive oportunidade de assistir , as crianças e
adolescentes freqüentam pela parte da manhã as aulas própriamente ditas ( a parte teórica ) . À tarde , como parte obrigatória do currículo , freqüentam a Escola de Esportes ; onde por opção ou conforme aptidão física são encaminhadas para uma das diversas modalidades olímpicas. Não é a toa que uma pequena ilha do caribe com pouco mais de 11 milhões de habitantes , seja uma potência olímpica. Com certeza o povo cubano não tem o mesmo padrão de vida do povo sueco tampouco a mesma renda per capita do povo japonês mas com toda certeza também tem índices
de criminalidade e delinqüencia juvenil muito inferiores que os daqui.

II ) NO ESPORTE UNIVERSITÁRIO / O MODELO NORTE-AMERICANO

No modelo esportivo norte-americano o esporte é fundamentado nas universidades. Nos Estados Unidos estas instituições são celeiros formadores de atletas para a maior potência olímpica mundial. Ao ingressarem nas universidades os jovens atletas recebem bolsas integrais de estudo , além disso participam de uma fortíssima liga universitária das principais modalidades olímpicas ; a famosa NCAA. Os atletas universitários tem a sua disposição também , toda lojística necessária para o seu desenvolvimento: dept° médico, fisiologistas, nutricionistas, fisioterapeutas , etc...

III ) NO ALTO RENDIMENTO / O MODELO AUSTRALIANO No modelo esportivo australiano o esporte é baseado em Centros de Excelência para o esporte de alto rendimento. Complexos desportivos para seleções permanentes das principais modalidades olímpicas ; como atletismo , natação e remo por exemplo. Nestes centros os atletas expoentes são reunidos anos antes de grandes competições como Jogos Olímpicos eCampeonatos Mundiais para que treinem e sejam acompanhados em tempo integral , sem a necessidade de locomoção ou viagens. Além disso estes complexos contam com uma grande infra-estrutura , composta dos mais modernos aparelhos de avaliação bio-mecânica , laboratórios de fisiologia e salas para reprodução de vídeos do treinamento dos atletas.

2 comentários:

  1. Muito boas as propostas... é impressionante um país naum colocar essas idéias simples (mas muito eficazes)em prática... gastam milhões e milhões com tentativas frustradas de ser sede de uma olimpíada, e alegam não ter recursos para investir na base e no top do esporte.

    Qual a dificuldade de se fazer esses chamados CEE's ? isso naum é gasto, é investimento... e nem precisava fazer um CEE em cada escola do país... por exemplo, moro numa cidade de 40 mil habitantes, poderia ser construído apenas uns 2 CEE's para ser utilizado por todos os alunos das escolas públicas. Numa cidade grande igual SP, poderia ser construído 1 CEE em cada bairro, ou seja, todas as escolas daquele bairro utilizariam esse centro.

    O problema é que aqui nada dá certo, a idéia dos centros de excelencia para os atletas top é ótimo, era o que vinha acontecendo com a ginástica feminina, que tinha um espaço de treinamento de alto nível, e os resultados apareceram. Porém, como disse, o que é bom no brasil não tem vez, e acabaram com a seleção permanente... um passo atrás para a ginástica, o que com certeza nos fará voltar à idade da pedra ness esporte.

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  2. O MÍNIMO que se exige ou que se exigiria em uma escola da rede pública é:

    - Uma pista de atletismo ;

    - Uma (ou duas) quadras para os
    esportes coletivos e

    - Uma piscina olímpica ou uma
    semi-olímpica.

    Menos que isso é comparar o Brasil ao Haiti, a Serra Leoa, ao Bangladesh !


    Alex Netto

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