sábado, 18 de outubro de 2008

A paraolimpíada muito antes de 1960


Os primeiros jogos para atletas com deficiências organizados à imagem dos Jogos Olímpicos realizaram-se em Roma em 1960, e ficaram conhecidos como Jogos Paraolímpicos, que hoje em dia são disputados cerca de 20 dias após o encerramento do evento olímpico.

Porém, na conturbada olimpíada de 1904, em Saint Louis, surgiu um vencedor de três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, o americano George Eyser, que competiu com uma perda amputada, utilizou-se de uma prótese de madeira, as provas de ginástica.

Vale lembrar que os Jogos de Saint Louis foram dominados amplamente pelos americanos, que levaram 70 das 88 medalhas de ouro em questão. Importante frisar que boa parte destas competições só teve participação de atletas donos da casa, entre elas a prova por equipes da ginástica, que contou com a participação de seis times americanos.

Segundo o livro "Sonhos mais que possíveis", de Odir Cunha, pouco se sabe sobre o atleta, mas o que se tem arquivado é que ele nasceu em 1871 e perdeu a perna em acidente de trem. Outras fontes trazem a informação que foi depois de uma batida de ônibus. Na verdade, não se sabe ao certo nem se a perna amputada era a direita ou a esquerda.

Nos Jogos de 1904, ele disputou as provas de ginástica com uma prótese de madeira e competiu pelo clube Concordia Turnverein. Ele levou a medalha de ouro nas barras paralelas, subida de corda e salto sobre o cavalo, além da prata no cavalo com alças e individual geral e o bronze na barra horizontal.

Numa época em que pouco se falava sobre paraolímpiada, o americano se tornou o primeiro atleta com prótese á ganhar uma medalha olímpica. E não foi só uma, e sim seis.

O problema é que ele é pouco lembrado. Tanto em livros nacionais, como "Os Arquivos das olimpíadas", de Maurício Cardoso, e "Olimpíadas 100 anos" de Sylvio Lancelotti, como em internacionais, como "The complete book of the olympic games" de David Wallechinsky e Jaime Loucky, "1000 campeones olímpicos", da editora espanhola NGV, o nome dele é apenas citado, sem entrar em muitos detalhes. Quem mais a fundo escreveu, foi Odir Cunha no recém lançado "Sonhos mais que possíveis".

Uma pena.

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