Porém, as coisas continuam difíceis para os atletas conseguirem disputar algumas etapas no circuito mundial. " Porquê falta verba. Um atleta na esgrima atinge a sua maturidade por volta dos 25 anos de idade. Você vira para ele e diz..."olha, agora você larga tudo porquê vai passar 4 meses competindo na Europa as provas por equipe e individual" Disse Luiz Ribeiro, dono do site Esgrimabrasil, minha principal fonte de noticias do esporte.
Há, entretanto, algumas excessões. João Souza, como muito bem conta seu livro " O atleta mochileiro", se aventurou pela Europa ajudado em parte por seu clube, em parte pela Confederação e a maior parte de seu bolso para disputar todo o circuito mundial em preparação para o Pan. Deu no que deu, ele quebrou o jejum brasileiro, conseguiu classificação para olimpíada pelo pré olímpicos.
Quanto as verbas, em geral são investidas na modalidade. Todas as armas tiveram representantes em etapas internacionais, com investimento total ou parcial da Confederação. O Brasil pela primeira vez teve um atleta classificado para os J.O. com todos os méritos pelo 1o critério internacional, que é o Ranking Mundial FIE (federação internacional de esgrima). Renzo Agresta contou com auxílio da Confederação, mesmo que parcial em determinados momentos. Não me resta dúvida que a sua perseverança foi o motivador maior pela sua conquista. Hoje o atleta Renzo Agresta treina com o técnico russo Alkas Lakerbai no Brasil, enquanto se prepara para o próximo ciclo internacional que deve ocorrer daqui a ano e meio, aproximadamente, quando deverá se instalar na Europa novamente, sendo justo o investimento mesmo que parcial por parte da Confederação.
Na olimpíada, o Brasil com dois atletas obteve uma vitória com Renzo Agresta, que posteriormente caiu diante do número 1 do mundo e uma derrota de João Souza para o futuro medalhista de prata na categoria. "O resultado olímpico é um outro patamar, mas hoje podemos afirmar que o Brasil conquista em parte algumas vagas, ao contrário do passado onde lutava por todas elas." Constatou Luiz Ribeiro, se referindo ao bom desempenho brasileiro no pré olímpico pan-americano de esgrima, em que conseguimos ficar perto da classificação em outras categorias.
A divulgação na mídia continua a pedra no sapato do esporte, que aparece na TV somente em tempos de olimpíadas. Nada mudou e nem vai mudar. Uma equipe de mídia em geral conta com uma lista de prioridades para ser enviada para a cobertura esportiva, 1-Futebol, 2-Volei, 3-Futsal, 4-Natação, por exemplo e não nesta ordem. O custo para se enviar uma equipe de jornalismo para o evento "A", "B" ou "C" é o mesmo, pois o equipamento e profissionais envolvidos não variam muito. Se for ao vivo, o link é o mesmo. Então, porque transmitir outros esportes se não oferecem retorno de mídia, sendo o custo de produção o mesmo?" Constata o mesmo Luiz Ribeiro.
Quanto a relação Confederação- Atleta, Renzo Agresta se mostra otimista. "A CBE é uma confederação que sempre recebe diversas críticas devido ao fato da realização de testes físicos, ou do modo com o qual ela usa o dinheiro proveniente da Lei Piva. Porém, a minha classificação para os jogos olímpicos de Pequim foi fieta através do ranking mundial e para isso participei das competições de copa do mundo, muita das quais foram a confederação alocou verba para a minha participação. O certo seria disponibilizar mais verba em busca de um maior número de resultados"
A esgrima feminina está em crescimento e a previsão de um grande resultado é de cerca de quatro anos. O sabre feminino deve deslanchar também e com certeza, tem muita gente competente envolvida. O investimento demanda resultados, elas ainda vão sofrer um pouco para mostrarem do que são capazes, mas surpreenderão em menos tempo do que se espera, de forma mais positiva.
Recentemente, Élora Pattaro, medalha de prata no mundial cadete de 2002, quinta colocada no Pan de 2003 e representante brasileira na olimpíada de 2004, abandonou sua carreira muito jovem mas voltará ano que vem ás competições, já que esse ano já voltou a treinar com o técnico russo Alkas.
A esgrima brasileira está em fase de crescimento e deve brilhar dentro de 5 ou 6 anos, fazendo com que acreditemos que consigamos mais classificações olímpicas, medalhas pan-americanas e que consigamos voltar a ser a segunda força da América do Sul, atrás apenas da Venezuela, grande força no mundo.
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