É redundante lembrar a queda do basquete brasileiro, que foi o segundo esporte do gosto popular durante anos no país, e hoje já está bem atrás do volei. Mas, comparando o torneio feminino nacional de basquete e superliga feminina de volei é até mesmo covardia.
A superliga feminina se iniciará com a presença de nove das 12 campeãs OLÍMPICAS brasileiras, com três times fortíssimos na briga pelo título. Além de Osasco e Rio, que há anos disputam e hegemonia nacional, teremos o São Caetano, que contratou três campeãs olímpicas, Mari, Fofão e Sheila para entrar para valer na luta pelo nacional.
A copa do Brasil, disputada em três dias em setembro, e a tradicional Salompas Cup, campeonato que envolve times internacionais, esquentaram a disputa e quem sai na frente é o Osasco, que levou os dois títulos em questão.
Já o campeonato nacional feminino de basquete começou essa semana sem brilho algum. A equipe de Ourinhos, que perdeu o título do paulista há duas semanas, é franca favorita mesmo tendo estreado com derrota, e deve ter poucos adversários na luta pelo penta nacional. Além de ter o orçamento mais caro da competição, o time ainda trouxe as pivôs Ega e Mamá, que tiveram na apagada atuação brasileira em Pequim, quando o time foi eliminado na primeira fase.
Os times que podem tirar o título do Ourinhos devem ser o Catanduva, que saiu com uma vitória mas já perdeu em sua segunda partida, Americana e o Sport.
Outra grande diferença entre as duas ligas femininas mais importantes do cenário nacional, visto que o futebol feminino continua apagado pela CBF, é o número e variedades de localização dos clubes.
Enquanto no basquete temos apenas nove equipes, seis delas do estado de São Paulo, a super liga feminina de volei chega com 12 clubes, de cinco estados diferentes, com ""apenas"" metade deles de São Paulo.A atenção da mídia também está muito mais voltada para o torneio de volei do que pelo de basquete. Enquanto a SPORTV transmitirá, como de costume, dois jogos por semana, o campeonato feminino de basquete não terá vez na ESPN BRASIL, que transmitiu o campeonato paulista.
Um outro motivo é o fato da Liga de basquete ser organizada pela Confederação Brasileira de Basquete, dirigida pelo presidente Grego, um dos mais odiados dirigentes do esporte nacional, ao lado de """""grandes""""" nomes como Nelson Nastás no tênis, Ricardo Teixeira no futebol, a Família Mamede no judô e até mesmo nosso presidente do COB Carlos Arthur Nuzman, a quem não morro de horrores, mas a eleição da semana passada foi deprimente.
Já a superliga nacional é organizada pela Confederação Brasileira de Volei, que está fazendo um excelente trabalho há anos e vem tornando nossa nação a mais evoluida na modalidade no mundo inteiro. Apesar de alguns deslizes, Ary Graça vem fazendo um excelente trabalho.
A história também fala alto. Enquanto o torneio de basquete demorou anos para ser disputado pela primeira vez, e somente com ajuda da Rainha Hortência em 1998 teve sua primeira edição, com o título do Fluminense. Já a Superliga feminina de volei teve início em 1994, entrando no lugar a Liga Nacional, disputada de 1989 á 1984, e o campeonato brasileiro que foi disputado pela primeira vez em 1976. São mais de 20 anos que distanciam as meninas do volei das meninas do basquete em termos de campeonato nacional.
Essa é a diferença entre o esporte em que o Brasil manda no mundo e o esporte em que estamos numa decadência enorme. No volei, somos campões olímpicos entre as mulheres e nove medalhistas jogarão aqui. No basquete, ficamos em 11º na olimpíada e apenas metade das 12 atletas presentes em Pequim jogarão o brasileiro, que até o Paulo Bassul, técnico, está desempregado.
Porém, apesar dos pesares, torço para o sucesso do campeonato nacional feminino, que ele tenha decisões emocionantes e perca a mesmisse que entrou nos últimos anos com as vitórias do Ourinhos. E,claro, pela manutenção do sucesso do torneio de volei. É esperar para ver...
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