terça-feira, 17 de julho de 2012

Passaporte Carimbado- Handebol

O handebol feminino do Brasil começou o ciclo olímpico um pouco desacreditado, depois da decepcionante  campanha na Olimpíada de Pequim, quando o time ficou "apenas" na nona posição. No mundial de 2009, com um time com muitos desfalques, a seleção não foi bem. No ano seguinte, com uma equipe B, o time sequer ganhou o sul-americano.

"A primeira vez que eu tive a equipe completa reunida foi em julho do ano passado" comentou o técnico da seleção, o dinamarquês Mourten Soubak.

Desde então, a fase está muito boa. A emocionante quinta posição no mundial, com oito vitórias e uma derrota e o fácil e esperado título dos Jogos Pan-Americanos. Para Londres, o time tem força para estar na briga pela medalha.

"A expectativa é a melhor possível, mas temos que estar com os pés no chão. Todo mundo está falando que nossa chave é fácil, mas na Olimpíada nada é fácil" comentou Deonise, número 81 da seleção brasileira, se referindo ao grupo, que será composto por Croácia, Montenegro, Grã Bretanha, Angola e Rússia.

"Eu pudia esperar um monte de coisa, mas estou satisfeito com o grupo e principalmente com a sequência dos jogos. Começar com a Croácia e depois Montenegro será importante. Acho que todo mundo vai ganhar da Grã Bretanha e o último jogo, contra a Angola pode ser decisivo" comentou o técnico.

A tendência é o Brasil brigar pela segunda posição da chave com Croácia e Montenegro.As russas são, na teoria, as favoritas para o grupo. Grã Bretanha deve realmente ser o saco de pancadas e as angolanas podem surpreender.

Uma coisa que se repete do discurso de todas as jogadoras e mesmo do técnico é que ninguém esquece aquele jogo contra a Espanha nas quartas-de-final do mundial. "Se a gente jogar de novo com a Espanha, a gente não perde não" comentou Duda, melhor jogadora de linha do Brasil, que é titular do Gyouri, da Hungria, vice campeão da Champions League.

Aliás, quase todas as convocadas jogam na Europa, com destaque para oito jogadoras que atuam no Hyppo, da Áustria " Quando estamos uma em cada time, a gente melhora individualmente, mas não coletivamente" comentou Deonise, que na próxima temporada jogará no time.

Nos últimos meses, o Brasil fez amistosos e ganhou quase todos. Passou duas vezes por Cuba e Alemanha, seleções não tão boas. Mas venceu seleções fortes e possíveis adversárias nas quartas-de-final como Coreia do Sul e Suécia. " Tivemos momentos bons e ruins nos amistosos mas tudo vem só para melhorar nossa preparação" comentou Silvia Helena.

No mundial do ano passado, o Brasil venceu a Rússia e a Croácia, ambas nas disputas de quinto a oitavo lugar: " Aquele jogo com a Croácia valeu mesmo, tivemos que correr atrás o jogo inteiro. As meninas vão ver muito esse video antes da estreia. Já a partida contra a Rússia não foi real" disse o técnico da seleção, se referindo ao fato das russas não terem jogado de maneira séria a partida que valia a quinta posição.

O time do Brasil está muito bem e está com um bom aproveitamento até nos arremessos de 9m, coisa que não tinha até a última Olimpíada. O que o Brasil ainda peca é na alternância da defesa. No 6x0, as coisas vão bem, mas quando tem uma mudança para 5x1 ou outro tipo de defesa, as meninas erram bastante ainda.

O Brasil tem uma das melhores, se não a melhor, goleira do mundo, Chana. Experiente, raçuda, carismática e muito, muito técnica. Foi eleita a melhor goleira do mundial do ano passado. Quem também se destacou na competição aqui no Brasil foi Alexandra, artilheira da competição.

Os detalhes ainda fazem diferença. E muita. Numa partida equilibrada como deve ser todas contra os times europeus aqueles erros bobos que resultam em contra-ataques, uma das melhores armas dos times do Velho Continente, estragam qualquer atuação. Portanto, é bom a seleção ficar "acordada" durante 60 minutos. Se conseguir, briga forte pela medalha.

Acredito que a seleção passe para as quartas-de-final sem maiores problemas, podendo ser segundo, terceiro ou mesmo quarta colocada. O que vier da outra chave será pedreira, as seis equipes são fortes. Aí, é fazer o jogo da vida nas quartas, manter a concentração por 60 minutos e chegar a sonhada semifinal.

A série Passaporte Carimbado falará das chances de cada um dos atletas brasileiros que vão a Londres. Objetivo é entrevistar TODOS que vão em esportes individuais e uma boa parte dos que vão em coletivos.  


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2 comentários:

  1. Gostaria q vc fizesse um comentario sobre a Liga Nacional do Brasil, nada se ouve sobre ela...Ainda soh tem 10 times e eh restrita ao eixo Rio-SP mesmo? O q o basquete estah tentando fazer com a Liga eh o passo mais certo, garantindo popularidade do esporte no pais e varios jogadores a disposicao, a exemplo da liga de futebol e volei do Brasil q sao excelentes.

    Tentativas de intercambio q o handebol faz eh valido, mas precisa de uma liga profissional forte no pais (alem da base, eh claro).

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  2. meu sonho é ser jogadora de handebol masi aki em PONTA GROSSA PARANA nao tem escola,eu na minha escola so a melhor jogadora se eu tivesse essa chance eu agradesseria muito POR FAVOR

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