quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Retrospectiva canoagem


Uma ano pior que o esperado para canoagem brasileira. Depois de um 2009 e um 2010 bons em quase todos os sentidos, 2011 viu Nivalter ainda não classificado para Londres, o time de caiaque brasileiro continuar com resultados ruins e a canoagem feminina não chegar aos objetivos de medalha no Pan e vaga olímpica. Mas, claro, tivemos notícias boas como o título mundial junior de Isaquias e a medalha no Pan e vaga olímpica de Erlon e Ronilson no c-2. No slalom, participações em Copas do Mundo e mundiais e expectativa de ao menos uma vaga pelo pré olímpico de 2012, em Foz do Iguaçu.

NIVALTER POR UM FIO
Nivalter foi o grande nome do ciclo olímpico brasileiro. Ficou em quinto nos mundiais de 2009 e 2010 e oitavo em 2011, a uma posição da vaga olímpica. No Pan, ficou com a prata, também a uma posição da vaga olímpica. Agora, como primeiro reserva mundial e das Américas, espera alguma relocação das vagas para se garantir na Olimpíada. A decepção do Pan foi grande e agora é esperar uma definição da Federação Internacional.

DUPLA DE OURO
Se Nivalter não conseguiu, Erlon e Ronilson já estão em Londres para a disputa do c2 1000m. A vaga veio com a prata no Pan e os cubanos, vencedores, já tinham vaga na Olimpíada garantida.
Eles tiveram um ano regular, conseguiram melhores resultados nas provas de 200m e 500m mas treinam forte para prova de 1000m, que é a única olímpica em duplas na canoa.
No mundial, ficaram em quarto na final B, o que dá a 13ª posição. Foram a final A no c2 200m, prova não olímpica. Nas Copas do Mundo, disputaram as trÊs etapas. Chegaram a cinco finais A, com destaque para quarta posição na prova do c-2 1000m(que faz parte do programa olímpico) na segunda etapa, a mais forte das três, com a presença de todos os principais nomes do mundo na prova. Nas provas de 200m, chegaram nas três finais, com 4º, 5º e 4º. Nos 500m, uma final, um sétimo lugar.

TÍTULO MUNDIAL DE ISAQUIAS
Isaquias já tinha aparecido para o mundo na Olimpíada da Juventude de 2010, quando liderou a fase de classificação e fechou em quinto no geral. Em 2011, disputou algumas Copas do Mundo adultas, chegando inclusive a final A, mas brilhou mesmo no mundial juvenil. Ele foi campeão mundial junior na categoria c-1 200m. No mesmo mundial ele ainda foi prata na prova do c-1 500m e por fim ficou em quarto no C-1 1000m.

SUSTO DE WLADIMIR MORENO
Wladimir Moreno é o grande nome do Brasil na prova de c-1 1000m adulto. Participou de três etapas da Copa do Mundo, mas não chegou a nenhuma final A. Antes, no início do ano, sofreu com uma doença no coração que quase o tirou não só do esporte como da vida. Passou por cima, seguiu competindo mas não conseguiu o objetivo do ano, que era a vaga olímpica. No Pan, foi desclassificado.

CAIAQUE RUIM
O caiaque, chamado K, teve um bom ciclo até o sul-americano de Medellin, quando levou a maior parte das medalhas. Depois, tivemos algumas mudanças de atletas pelos mais variados motivos e o resultado no mundial e no sul-americano da modalidade não foram os esperados. 2011 chegou com a expectativa de melhora que não veio, o mundial foi fraco e o Pan não tão bom quanto nos últimos anos, com apenas dois bronzes, com os irmãos Ribeiro e com a equipe do k-4. Resultado é a não conquista da vaga olímpica, repetindo o que acontecera há quatro anos.
No mundial juvenil, o Brasil sequer levou uma delegação, oque mostra que nem a renovação está sendo levada a sério.
Uma pena.

FEMININO
O ano da canoagem feminina também não foi bom. Reunida em São Caetano e sobre a tutela de um técnico húngaro, a tão sonhada medalha no Pan não veio, tão pouco a vaga olímpica. O principal resultado veio no k1 500m em que Naiane, nossa melhor atleta desde 2010, ficou na quarta posição.
Nos mundiais e Copas do Mundo a briga foi para chegar a semifinal, sempre longe da final A. Pouca evolução nesse ciclo em termos de resultados.

CANOAGEM SLALOM
A Canoagem Slalom é a única modalidade que é disputada na Olimpíada, mas não entra no programa do Pan. Por isso, a principal competição do ano foi o Mundial, que valeu como pré olímpico. Ano que vem, tem o pré olímpico das Américas, em Foz do Iguaçu.
No mundial, nenhum brasileiro entre os 30 melhores que foram as semifinais. No k1 feminino, a jovem Ana Átila ficou em 45º e Poliana de Paula em 58º entre 71 atletas. No k1 masculino, João Machado ficou em 52º, Pedro Henrique em 56º e Anderson Oliveira em 64º entre os 110 atletas. No c1 masculino, o melhor foi o veterano Cassio Petry, em 46º. Leonardo Curcel ficou em 53º e Charles Correa em 54º entre os 71 atletas.

PRÉ OLÍMPICO EM FOZ DO IGUAÇU
A chance de vaga olímpica será pelo Mundial de Foz do Iguaçu.São quatro categorias olímpicas: c-1 e c2 masculino e k-1 masculino e feminino.
No k1 masculino e feminino os EUA garantiram a vaga pelo mundial, o que facilita um pouco a vaga pelas Américas. No feminino, será uma boa briga com o Canadá e no masculino, chances um pouco mais remotas. No c-2 e no c-1, todos os países estão na disputa, já que ninguém conseguiu pelo mundial, o que complica MUITO as chances do Brasil.
Em 2008, Poliana de Paula havia conquistado a vaga, terminando seu percurso mais rapidamente que a rival, mas teve de repetir a descida e acabou perdendo a vaga. Porém, ganhou a vaga por desistência de um país africano, e na Olimpíada ficou em 14º, a frente da canadense.

CASSIO PETRY
O veterano atleta do c-1, que esteve na Olimpíada de 2000, foi eleito o melhor atleta do ano na modalidade de canoagem slalom. No mundial, foi o que chegou mais perto da semifinal e, em uma etapa da Copa do Mundo, ficou em 35º, no principal resultado do ano na modalidade.

SELEÇÃO PERMANENTE
Foz do Iguaçu será a sede da seleção brasileira de Canoagem Slalom, time que disputará as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.. A seleção segue com Ettore Ivaldi, que está no Brasil desde o início do ano.São 16 atletas na seleção, do jovem Pedro Henrique ao veterano Cassio Petry.

RUMO A LONDRES
As seletivas da canoagem velocidade já estão esgotadas e, sem nenhuma relocação de vaga, o Brasil terá dois atletas. Mas ainda existe a chance da vaga de Nivalter no c1 200m.
Na canoagem slalom, haverá o pré olímpico em Foz do Iguaçu.

O QUE ESPERAR EM LONDRES
A expectativa é que Erlon e Ronilson consigam a vaga na final e quebrem o jejum de 16 anos sem brasileiros na final, desde a nona posição de Sebastian Cuattrin em Atlanta. Na canoagem slalom, o objetivo primeiro é conseguir a vaga, que será complicada. Classificado para Londres, o foco é uma vaga na semifinal que reune os 16 melhores.

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