sábado, 16 de julho de 2011

Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos

Um dos maiores eventos do ano, o Mundial de Esportes Aquáticos de Shangai, começa nessa madrugada de sexta para sábado no horário de Brasília. O Brasil tem uma das maiores delegações, 65 atletas, mas só entra na água na madrugada do sábado para domingo, no nado sincronizado, saltos ornamentais e pólo aquático.
A Record News promete dar uma cobertura grande ao evento, com transmissões ao vivo todos os dias a partir de domingo, inclusive com as partidas de pólo aquático do Brasil e as finais de saltos ornamentais e nado sincronizado.

Serão entregues 66 medalhas no Mundial, 20 delas em provas não olímpicas. São 181 países e as provas de natação terão 10 raias nas eliminatórias, para deixar o Campeonato mais rápido.

China e EUA brigam pela primeira posição do quadro de medalhas da competição. Na última edição, em Roma, os EUA ficaram em primeiro com 11 ouros e 11 pratas, pouco a frente da China, com 11 ouros e 7 pratas. A China, jogando em casa, terá o saltos ornamentais como carro chefe mas tentará arrebatar alguns ouros na natação, que é onde os americanos conquistam o maior número de pódios.

Nessa primeira semana, teremos as competições de saltos ornamentais,maratonas aquáticas e nado sincronizado,além das fases preeliminares do pólo aquático.
Natação só começa dia 23. Por isso, hoje só vou falar das quatro primeiras modalidades, deixando para falar da natação na semana que vem, depois também do julgamento de Cesar Cielo.

NADO SINCRONIZADO
O nado sincronizado dará sete medalhas de ouro no mundial. O solo,dueto e equipes, tanto na rotina técnica como na rotina livre, e o combo, que é uma apresentação maior que algumas das principais seleções não participam, inclusive o Brasil.
As rotinas técnica e livre de cada modalidade – solo, dueto e equipe – são disputadas separadamente, ao contrário do que acontecia antes nos mundiais e ainda acontece em Jogos Pan-Americanos e Olimpícos.

No solo, o Brasil vai com Giovanna Stephan, que tenta repetir a final obtida na rotina técnica em 2009 e, dessa vez, ficar entre as 12 melhores também na rotina livre, na qual ficou em 15º em Roma. Vale lembrar que o solo não é olímpico.
No dueto, o objetivo real de Lara e Nayara é ficar entre os 10 primeiros. Para isso, terão uma briga direta com Suíça,Grécia e França e até mesmo com as americanas, numa previa da disputa do Pan. No último mundial, elas ficaram em 10º na rotina técnica e 11º na rotina livre.
Por equipes, o objetivo é primeiro chegar a final e, depois, terminar entre os 10 primeiros. No Mundial de Roma, ficou em 11º na rotina técnica e 12º na livre. Na Copa do Mundo do ano passado, o time ficou em 8º na rotina técnica.

Em termos de medalhas, as russas,claro,são favoritas ao ouro em todas as competições, que foi o que aconteceu no último mundial. Apenas no Combo, que é uma prova diferente e que a Rússia sequer disputou no último mundial, o resultado deve fugir da Rússia. China e Espanha devem subir ao pódio ao lado das russas, mas canadenses também terão chances, ao lado das japonesas.

SALTOS ORNAMENTAIS
Se o nado sincronizado do mundial de Shangai não dá nenhuma vaga olímpica, nos saltos ornamentais é diferente. Os 12 finalistas das provas individuais, trampolim e plataforma masculina, e os medalhistas das provas sincronizadas se garantem em Londres.

O maior nome do Brasil é Cesar Castro. Ele foi quinto colocado no último mundial, em Roma, na prova de trampolim 3m. A medalha acredito que seja complicada, mas pode até acontecer, já que Cesar aumentou um pouco o grau de dificuldade de seus saltos para consequentemente ter mais chances de maior pontuação. Finalista e garantir a vaga em Londres acho que Cesar consegue, ficar entre os 8 primeiros é um objetivos reais e a medalha é um objetivo paupável mas não provável.

Hugo Parisi representa o Brasil na plataforma 10m. Ele foi 15º no último mundial e, dessa vez, entra com chances reais de ficar entre os 12 e já garantir lugar na Olimpíada. Esse ano ele chegou a fazer 449 pontos, pontuação que deve deixá-lo entre os 10 primeiros. Essa pontuação foi nas eliminatórias do Gran Prix do Canadá. No Gran Prix dos EUA, fez 447.
Rui Marinho, atleta paraense, disputa seu segundo mundial adulto. Se ficar entre os 18 primeiros na plataforma individual e se classificar para semifinal já será um grande resultado. Na sincronizada, ao lado de Hugo, tentam melhorar a 13ª posição conquistada em Roma 2009. Chegar a final será um grande resultado.

Juliana Veloso tinha se classificado para a competição, mas sofreu um estiramento durante um treino e está fora do mundial, deixando as mulheres brasileiras sem representantes no saltos ornamentais. A nova geração está crescendo, com Bruna,Natali e Andressa, mas não chegaram ao índice do mundial, mas estarão no Pan.

Em termos de medalhas, a China deve dominar o pódio, mas os atletas de outros países estão cada vez mais fortes. No último mundial, por exemplo, a mexicana Paola Soares foi campeã da plataforma. Na última Olimpíada, um australiano, que não vai ao mundial, foi campeão dos 10m da plataforma masculina. Na Copa do Mundo do ano passado, a China levou sete ouros nas oito provas, fazendo 100% dos ouros entre as mulheres.

PÓLO AQUÁTICO
Como já escrevi algumas vezes aqui no blog, o Brasil não tem chances de classificação olímpica já pelo mundial, em que as três primeiras equipes masculinas se classificam para Londres 2012. Porém, se os EUA ficarem entre os três primeiros, se abre uma vaga para os Jogos Pan-Americanos.

O papel do Brasil no mundial masculino pode ser bom, até ser histórico. A chave não foi das mais complicadas. A estreia contra a Croácia, do técnico da seleção brasileira Goran, será complicada, mas as outras duas partidas da chave são "ganháveis". Primeiro contra o Japão, em que o Brasil é favorito e depois com o Canadá, em que eles são favoritos, mas o Brasil pode complicar a vida dos rivais. Em terceiro lugar na chave, o Brasil já ficaria entre os 12 primeiros do mundial, se classificando para segunda fase, e conquistando o melhor resultado desde 1998, quando ficou em 12º também.

Vale lembrar que a preparação brasileira foi bem complicada. Enquanto Canadá e Croácia disputaram a Liga Mundial e torneio amistosos esse ano, o Brasil não joga desde o pré-mundial de janeiro. Foi prometida a participação na Liga Mundial que não aconteceu. Depois, prometido 15 dias de treinos na Croácia, que também não aconteceu. Isso fará falta ao Brasil, que entrará sem ritmo de jogo.

A equipe feminina deu um azar danado no sorteio. Está na chave ao lado de Rússia e Grécia, que decidiram o bronze no último mundial, e da Espanha, outra seleção europeia fortíssima. O grande pecado do time foi ter perdido a final do pré-mundial, em São Paulo, para Cuba. Se tivesse vencido, entraria na chave que Cuba pegou, mais fácil, ao lado da África do Sul, um time que dá para se vencer sem maiores problemas.
Com uma mescla de novos talentos- Izabella, Mirella, Gabriella Leme entre outras- e nomes consagrados- Cris Beeer, Irmãs Canetti- o time vai para o mundial mais com o objetivo de se preparar para o Pan, segundo o próprio técnico Roberto Chiappini garantiu. A equipe também conta com nomes que já disputaram outros mundiais e estão no meio dessa geração, como a goleira Tess. Camila Pedrosa, que disputou todos os mundiais desde 94, pediu dispensa da seleção.

Repetir a 10ª posição do mundial de 2007 seria um sonho, principalmente com o grupo difícil que o Brasil está. Uma vitória na primeira fase seria incrível, mas é muito, muito complicada. Brasil deve repetir a 13ª posição do último mundial, quando caiu na primeira fase depois de um doloroso empate com a Alemanha.

Para apostar em medalhas, acredito que entre os homens a medalha de ouro fique com alguma das ex-repúblicas iuguslavas, ou Servia, ou Montenegro ou Croácia. No feminino, as europeias terão mais dificuldades e não será surpresa nenhuma se EUA e Canadá repetirem a final do último mundial.

MARATONAS AQUÁTICAS
Dos esportes da primeira semana da competição, é o que o Brasil tem mais chances de medalha, com Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha. Mais que a medalha, será importante que as duas fiquem entre as 10 primeiras colocadas na prova de 10km, já que se isso não acontecer, o Brasil levará apenas uma atleta feminina para Londres.

Poliana Okimoto estava muito próxima de vencer os 10km do Mundial de 2010, mas foi desclassificada faltando 200m, quando tinha um corpo de vantagem sobre a segunda colocada. Já Ana Marcela, campeã do Circuito Mundial de 2010, foi bronze nos 5km no mundial de 2010 e tem tudo para lutar pelo pódio nos 10km em Shangai.

No masculino, Allan do Carmo está bem, deve lutar por uma vaga olímpica, entre os 10 primeiros da prova de 10km, mas pela medalha já acho um pouco mais difícil. O outro brasileiro na competição é Samuel de Bona.

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