Especial- Quartos Lugares- Parte I

Como o avisado, não postei ontem, mas hoje, segunda-feira, compensarei publicando duas postagens. Além do resumo da semana esportiva, que sairá mais tarde, iniciarei o especial dos quartos lugares.

Depois de ontem ter lembrado a história de Aida dos Santos, nossa quarta colocada nos Jogos Olímpicos de 1964, falarei hoje de outros atletas que conquistaram a honrosa mas dolorosa quarta posição, o lugar que para muitos é o primeiros dos perdedores, já que fica fora do pódio.

Na primeira edição do especial comentaremos de quem quase chegou a medalha, ficando a um posto do pódio, nos Jogos Olímpicos entre 1920, primeira participação do Brasil, e 1964, ano do inesquecível quarto lugar de Aida dos Santos, lembrado ontem pelo blog. Neste período, esportes como tiro e remo, pouco vencedores atualmente, conquistaram essa posição.

em 1920, o tiro olímpico trouxe uma medalha de cada metal, como muitos sabem. Mas, poucos lembram que a equipe de tiro rápido, formada por Alfrânio Costa ( Prata na pistola livre individual e bronze por equipes), Guilherme Paranaense ( Ouro no tiro rápido indidual e bronze por equipes na pistola livre), Dario Barbosa, Sebastiao Wolf e Fernando Soledade ficaram na quarta posição, somando 1.261 pontos, apenas 9 atrás da Suiça, medalha de bronze. Seria a terceira medalha na mesma olimpíada de Guilherme, algo que nunca aconteceu até hoje para um brasileiro.
No mesmo ano de 1920, o remo brasileiro ficou na quarta posição, sem participar da final. Isso porque, na época, eram duas semi finais com três barcos no quatro com patrão e os melhores passavam para a final e o Brasil foi o melhor dos que não passaram. Guilherme Lorena, Angelo Gamarro, Orlando Amendola, João Jório e o timoreiro Ernesto Flores formavam e equipe e, Angelo, Orlando e João também estavam na equipe do pólo aquático que, jogando em águas com temperatura inferior aos 3ºC foi eliminado em dois jogos.

Nas olimpíadas seguintes, em 1924, o remo novamente ficou na quarta posição, no double sculls, com Edmundo e Carlos Castello Branco. Os dois só estiveram em Paris pois pagaram do próprio bolso a viagem. Ficaram em quarto lugar entre os cinco barcos participantes, mais uma vez fora da final, disputada apenas por dois países. Depois da ausência em 1928, o Brasil voltou aos jogos de 1932 com outra quarta posição no remo. José Ramalho e Estevam Strata remaram ao lado do timoreiro Francisco Bricio e foram os últimos colocados da prova, 12s atrás dos medalhistas de bronze.

A olimpíada de 1952 quase viu a primeira medalha do hispismo nacional, que só viria 44 anos depois com a equipe de hipismo saltos. Em Helsinque, foram dois quarto lugares. Eloy participou do desempate pela medalha de ouro nos saltos individuais com outros quatro cavaleiros, mas uma falta tirou-lhe a chance de subir ao pódio.Mesmo assim, a quarta posição ficou sendo a melhor colocação individual de um brasileiro no hipismo até 2000, quantro André Johanpeter repetiu a posição e 2004, quando Rodrigo Pessoa foi ouro.
Um dos integrantes da equipe de saltos de 1952, Reynaldo Ferreira contou muito bem em seu livro " O hipismo Brasileiro" a quase medalha: " Um dos cavaleiros da equipe que disputava a terceira posição com o Brasil quase sofreu um refugo mas conseguiu agarrar-se no pescoço de sua montaria, mantendo pernas penduradas e dobradas para não encostar no chão , o que caracterizaria uma queda e faria com que perdesse 8 pontos. Se o cavalo tentasse pegar a grama a queda seria inevitável. Rezamos para que isso acontecesse, mas o animal continuou nobremente impassível, permitindo ao cavaleiro voltar ao epscoço de sua montada e depois à sela, livrando-se da penalidade que desclassificaria sua equipe". Os americanos ficaram com bronze com quatro pontos de vantagem para os brasileiros. Eloy Menezes fez 8 pontos, Reynaldo Guimarães 20 e Alvaro Toledo 28.

Durante a semana, teremos a segunda parte do especial dos quartos lugares.