O revezamento brasileiro do atletismo é sempre uma esperança de medalha na Olimpíada e para Londres não é diferente. Só que agora, o quarteto brasileiro quer afastar um velho fantasma: " Se a gente não quebrar o recorde sul-americano feito em Sydney, naquela medalha de prata, a gente vai viver na sombra deles" comentou Bruno Lins.
O segredo brasileiro não é mais segredo. As passagens do bastão que o Brasil começou a treinar, há quase duas décadas, já são copiadas por alguns países. Os treinos para ganhar esses centésimos preciosos são tão grandes que até mesmo o Codó, que está há quase três anos longe da seleção, lembra das passagens: " Estou mais velho, claro, mas não esqueci como faz as passagens não".
O quarteto titular do Brasil ainda não foi decidido pelo técnico Nakaya, mas deve ser Sandro Vianna, Bruno Lins, Carlos Pio e Nilson André, isso porque um atleta que com certeza seria titular, o jovem Diego Cavalcanti, está machucado e fora da Olimpíada. Os outros velocistas que vão aos jogos são o Codó e o Aldemir Gomes.
No mundial do ano passado, o Brasil acabou desclassificado por invadir a área da passagem de bastão na última perna da competição. Na ocasião, Nilson André foi atropelado por um português e não conseguiu fazer a passagem para Bruno: " Ali a gente bateria o recorde brasileiro" garante Nilson. "Se o bastão chegasse direito para mim, tenho certeza que ia ser uma excelente marca" comentou Bruno.
A grande marca feita no ano passado veio no Pan de Guadalajara, em que a seleção chegou ao tetracampeonato. O quarteto brasileiro fez a marca de 38s18, que foi a quarta melhor da temporada e que, se tivesse sido feita no mundial, daria a medalha de bronze. "A gente ganhou o Pan com uma margem muito grande, se tivesse outro time forte, o nosso tempo seria bem melhor" disse Bruno.
Mais importante que as passagens de bastão, é a melhora individual de cada atleta. Nesse ano, nenhum brasileiro conseguiu índice A para a prova dos 100m rasos mas um deles poderá disputar a prova, já que estão classificados pelo revezamento. Bruno pode disputar a prova mas, se abrir mão, Sandro poderá largar. Mesmo sem nenhum atleta correndo abaixo dos 10s20 em 2012, o Brasil está no bolo na briga pelas medalhas.
"Queria fazer 10s16 no Trofeu, mas não deu. Tive um monte de lesão, mas nenhuma séria" disse Nilson André, que teve um 2011 muito bom, quando correu em 10s18.
Outro que queria uma marca melhor no Trofeu Brasil foi o vencedor dos 100m rasos, José Moreira, o Codó: " Corri para vencer mas queria um resultado muito melhor" disse, se referindo aos 10s34 que lhe deu a medalha de ouro na competição nacional mais importante da temporada.
O quarteto da Jamaica está não só um como várias passos a frente do restante. EUA também está bem, em condições normais fica com a prata. Pelo bronze, tem muitas equipes brigando, como França, Trinidad Tobago, São Cristovão e Nevis, Grã Bretanha...
A série Passaporte Carimbado falará das chances de cada um dos atletas brasileiros que vão a Londres. Objetivo é entrevistar TODOS que vão em esportes individuais e uma boa parte dos que vão em coletivos.
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