Como todos sabem, o Brasil perdeu para os EUA no futebol feminino depois de levar um gol no último minuto da prorrogação. Horas depois, o Brasil perdeu no tie breake para Rússia e ficou com o vice na Liga Mundial de vôlei.
Aí,claro, vieram os comentários: Essas coisas só acontecem com o Brasil, nunca vi um outro time acontecer isso e bla bla bla.
O que aconteceu hoje é do esporte. Brasil perdeu para a atual campeã olímpica nos penaltis, depois de levar um gol na prorrogação no último segundo. Isso não acontece só com o Brasil. Não é só o Brasil que se dá mal nos esportes. Pior fez a Alemanha. Perdeu na Copa do Mundo, em casa, para o Japão e ainda por cima ficou de fora dos Jogos Olímpicos. Isso mesmo, as toda-poderosas alemãs estão fora de Londres 2012.
Me irrita muito esse negócio de coisas que só acontecem com o Brasil. Esse tipo de coisa acontece com todos os países.
Muito falaram quando deu todo aquele problema com a Fabiana Murer em Pequim que esse tipo de coisa só acontece com o Brasil. Porém, poucos lembram que a sorte veio para nosso lado quando Maurren saltou um centímetro a mais que a russa e foi ouro na mesma Olimpíada. UM CENTÍMETRO. Maurren foi perfeita, o ouro foi incrível e a medalha veio no detalhe, com uma pitadinha de sorte. Vale lembrar que na mesma prova, a portuguesa Naide Gomes, favorita ao ouro, queimou três saltos nas eliminatórias. Quando a Maurren é ouro com um centímetro de vantagem "esse tipo de coisa não acontece com o Brasil".
Vamos falar agora do vôlei. Depois da prata em Pequim vi muita gente falando que o time masculino é deprimente pois não ganhou quando valia. Ganhou todas Ligas Mundiais, Copas do Mundo e Campeonatos Mundiais mas não foram campeões olímpicos em Pequim. Mas, a mesma geração foi ouro quatro anos antes.
Outros grandes times da história dos esportes olímpicos nunca foram campeões em Olimpíadas. A Itália dos anos 90, tricampeã mundial de vôlei e 9 vezes campeã da Liga Mundial falhou em todas as Olimpíadas na hora do ouro. Em três edições como favorita, ficou sem a medalha de ouro.
No handebol, a equipe da Suécia foi três vezes seguidas medalha de prata em Jogos Olímpicos.
Fica a lição também para o time feminino de futebol do Brasil que é uma grande seleção, mas ainda falta um ouro.
Na Olimpíada de Pequim, Julio Almeida ficou a um tiro da vaga na final olímpica. Vi muita gente falando que o brasileiro amarelou porque falhou na última série de tiro e tal. Para muitos, isso só acontece com os brasileiros.
Mas, no tiro, vale lembrar que em 2004 um norte-americano. Isso mesmo, um norte-americano, o país que todo mundo acha que os atletas são perfeitos, que não tem problemas, que o psicológico não influi. Um norte-americano, quando ia ganhar o ouro, no último disparo mirou no alvo do companheiro ao lado, zerou a prova e ficou em último.
Todos lembram do Brasil perdendo da Rússia na Olimpíada de 2004, perdendo a semifinal depois de estar vencendo 24 a 19. Mas poucos lembram que na Olimpíada de 2008, a dupla Ricardo e Emanuel salvou cinco matches points contra uma dupla japonesa nas quartas-de-final. Isso mesmo, três matches points seguidos. A partida estava 20 a 17 para os russo e os brasileiros viraram!
Enfim, são inúmeros os casos de burradas que quando acontecem com brasileiros, a frase é pronta: "Isso só acontece com o Brasil". Mas acontecem com os outros países tanto quanto acontecem com o Brasil!
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Brasileiro, especialmente o que não acompanha esporte regularmente, tem essa mania triste de ficar cornetando a cada derrota ou mau resultado. Já me acostumei. Hoje foi daqueles dias em que deu tudo errado, mas dias melhores virão pro esporte brasileiro.
ResponderExcluirÓtimo texto. Concordo plenamente.
ResponderExcluirÓtimo texto! Só não concordo com uma coisa! Não são burradas que fazem esses "casos" acontecerem... Muitas vezes pessoas que não praticam esportes têm esta "mania" de falar que o atleta foi "burro", por nao mudar o seu jogo ou até mesmo por não aguentar a pressão e descartam totalmente o mérito do adversário e também falhas. "burradas" só acontecem com quem está dentro de uma quadra, campo, ringue ou seja lá o que for, pois antes de acontecer o atleta está ali para representar o país e "dar a cara a tapas".
ResponderExcluiré verdade, concordo com o texto, os corneteiros estão sempre de plantão, principalmente os que não acompanham o esporte diariamente, ô povinho chato
ResponderExcluirPerfeito comentário. É irritante no momento de grandes decisões, ouvir comentários de pessoas que não acompanham o dia a dia do esporte, inventando mil histórias para justificar as derrotas. É raro alguém falar " o Adversário era do mesmo nível e hoje jogou melhor". Pior ainda é a cultura do futebol, que desvaloriza pratas,bronzes e boas colocações. A seleção feminina de futebol foi para o mundial discursando " desta vez só o ouro interessa". Está errado. O discurso tinha que ser " vamos lutar para permanecer entre os 4 melhores "
ResponderExcluirA Liga Mundial de Vôlei prefiro nem comentar:
ResponderExcluirPrimeiro pq não asssito e segundo pq é um
torneio "caça-níquel".
Como é realizada todos os anos, caso a seleção
não vença num ano, pode retomar o título no ano
seguinte.
Mas vamos ao futebol feminino:
Primeiramente um rápido comentário sobre o que
disse o comentarista (um ex-jogador do
Corinthians) da rede de televisão ABERTA que
está transmitindo a Copa do Mundo da Alemanha,
após a última partida do Brasil na 1ª fase:
"Luciano, dos adversários que o Brasil poderia
enfrentar, o melhor é os EUA... eu prefiro os
EUA !"
Pois o comentarista demonstrou total
desconhecimento da matéria, pois dos possíveis
adversários do Brasil nas quartas de final, os
EUA é, o de maior tradição no futebol
feminino:
Tem em seu currículo 3 títulos olímpicos -
sendo o atual bi-campeão olímpico - e 2 títulos
mundiais ( 1991 e 1999 ).
Quanto ao que tenho lido e ouvido desde ontem -
de que mais uma vez a seleção feminina "não de
sorte" ou que mais uma vez, "foi nos
detalhes", discordo totalmente !
Os EUA passaram à semi-final por 3 motivos
(não necessariamente nessa ordem ):
1 ) Camisa ( TRADIÇÃO ):
Os EUA têm no seu "cartel" 3 títulos
olímpicos (sendo o atual bi-campeão) e 2
títulos mundiais.
2 ) Preparo físico:
A seleção americana está muito bem
preparada fisicamente, ao passo que o
Brasil, está mal preparado.
A impresssão que passava no final da
partida, assim como na prorrogação, é de
que as americanas é que estavam com 11
jogadoras em campo... e não o Brasil.
3 ) Raça e "PEGADA":
Eu me refiro ao: "chegar junto", "dividir
TODAS as bolas", "não desistir nunca".
Via-se nitidamente quando as jogadoras
americanas eram substituidas no final da
partida, que - cada jogadora que saia -
cerrava os braços com uma gana incrível, a-
creditando na vitória... mesmo que
inferiorizadas numéricamente.
Assim como as que continuaram em campo,
partiam para cima do Brasil, demonstrando
inconformidade com a derrota... mesmo com
a situação totalmente adversa.
Particularmente - para mim - esse o
principal motivo da classificação yankee !
Pois se o Brasil têm a melhor jogadora do
planeta, assim como as jogadoras brasi-
leiras são as melhores do mundo no
quesito, técnica e habilidade, nos falta -
E MUITO - para chegar a um título de
grande porte, essa virtude que as
americanas têm de sobra !
Enquanto o futebol feminino brasileiro não
incorporar essa qualidade à índole das
suas jogadoras, vai continuar batendo na
trave - como bateu nas duas últimas Olim-
píadas e na última Copa do Mundo - ou nem
na trave... como aconteceu na Copa do
Mundo da Alemanha !
BR
Valeu os comentários meus amigos! Acho que raça não faltou ao Brasil, faltou técnica, claro, e faltou preparação. Brasil jogou dois amistosos só o ano inteiro.
ResponderExcluirQuanto as burradas, desculpa o termo. Foi um pouco forte mesmo, mas quis dizer um "erro" e não uma burrada.
Concordo com você Marcelo, o Kleiton foi realmente muito mal.
Por fim BR, não acho a Liga Mundial caça níquel. A libertadores tem todo ano e não é caça níquei.
Abraços a todos!
Se não faltou raça ou se a preperação física
ResponderExcluirestava boa como vc explica o "calor"
que as americanas deram no Brasil mesmo
inferiorizadas numéricamente ??
Quanto ao treinador errou sim mas acho que os
erros não foram fundamentais para a derrota.
Quanto a Liga Mundial ser um torneio
caça-níquel ou não, leia sobre a origem do
torneio e vc vai descobrir que foi criada para
atender aos patrocinadores da FIVB, que
andavam descontentes e queriam uma competição
que preenchesse o calendário, ou seja, que suas
marcas não ficassem no ostracismo no restante
da temporada.
Ora, um torneio criado para atender a
iniciativa privada é ou não um torneio
caça-níquel ??
Agora... se é bom ou se vc gosta... aí já é
outra história !
Abç, BR !