Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968. Na canoagem, esporte amplamente dominado pelos europeus até hoje(imagina então em 1968), um atleta da Costa do Marfim se classificou para disputa.
Na época, sem internet, sem viagens de intercambio nem nada, ninguém conhecia esse tal atleta.Pior. Estavam todos impressionados com o desempenho dos africanos nas provas de atletismo, com vitórias em quase todas as provas de fundo, com direito a ouro, prata e bronze na tradicional prova dos 3000m com obstáculos.
Nos aquecimentos feitos alguns dias antes da prova, todo mundo ficou de olho no tal atleta. Mas ninguém assumia isso. Uns davam a desculpa que estavam olhando como as ondas do canal influenciariam na prova. Outros diziam que estavam medindo a distância. Mas a verdade é que todos estavam atrás do tal marfinense.
Veio o dia da prova e ele não conseguiu passar das eliminatórias, caindo para repescagem. Mas a desconfiança seguia. Rumores eram espalhados que ele remou mal de propósito, escondendo o jogo. Que uma hora ele iria voar nas águas, assim como seus conterrâneos haviam feito nas pistas de atletismo.
Antes da repescagem, um de seus adversários foi além. Pegou um equipamento fotográfico e começou a estudar passo a passo, remada a remada a técnica do marfinense.
Jerome Caye ficou em quarto lugar na repescagem e longe da final...E ficou conhecido como o homem de Costa do Marfim de tanto que se referiam a ele sem ao menos saber seu nome...
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