Handebol e polo aquático

Nos próximos dias, as seleções brasileiras masculina de handebol e polo aquático terão de fazer um verdadeiro milagre em seus pré olímpicos mundiais para conseguirem a vaga para Olimpíada de Londres.

Os dois times tem bastante em comum. Perderam a chance da vaga olímpica pelo Pan, são treinados por técnicos estrangeiros, vivem uma fase pior do que as meninas de seu respectivo esporte, precisam de uma renovação de jogadores, vem de derrotas doloridas para los hermanos argentinos e estão desfalcados de um jogador que poderia fazer a diferença.

Nesse contexto, os times comandados pelo croata Goran, no caso do polo, e pelo espanhol Javier Cuesta, no handebol, vão ao pré olímpico com uma chance muito reduzida de sucesso. Mas, ao contrário do que muitos dizem, existe sim chance. Eu não apostaria, mas também não descartaria. Isso porque em um jogo, um único jogo tudo pode acontecer.

Já escrevi aqui isso. No polo aquático 12 times brigam por quatro vagas no pré olímpico que tem início dia primeiro de abril no Canadá e estão divididos em dois grupos de 6, os quatro melhores de cada chave passam para as quartas-de-final e aí os que chegarem às semifinais estarão em Londres. A chave do Brasil conta com Argentina e Venezuela, times que na teoria o Brasil tem tudo para vencer. Conta também com Turquia e o recente algoz Canadá, times mais fortes que o do Brasil mas que nossa seleção pode até vencer. Por fim, tem Espanha, que é uma das melhores seleções do mundo.
Passando para segunda fase, pega nas quartas-de-final um time como Alemanha ou Romênia, que são muito fortes, mas num dia bom o Brasil pode até vencer.
É complicado, MUITO COMPLICADO, mas não custa acreditar.

No handebol, o tiro é mais curto. Um quadriangular que dá duas vagas para Londres. Três jogos na Suécia, do dia seis ao oito de abril, contra os donos da casa, Hungria e Macedônia. Times difíceis, mas que não fazem parte da elite europeia. Duas vitórias ou até mesmo uma vitória só podem colocar o Brasil na Olimpíada.
Assim como no pólo, é difícil. Muito. Mas tem que acreditar.

A derrota para a Argentina no Pan de Guadalajara foi muito dolorida para os brasileiros. É uma das maiores rivalidades em esportes coletivos nas Américas e foi um jogo que dava para o Brasil ganhar. A derrota, porém, pode ter sido considerada "normal", já que a Argentina há anos e anos vem mostrando um jogo muito bom até mesmo em termos mundiais(Foi a melhor não europeia no mundial de 2011). Já no polo aquático, a derrota para Argentina no sul-americano há duas semanas não tirou o Brasil da Olimpíada(O torneio não dava ao campeão vaga olímpica), mas mostrou a decadencia do esporte no Brasil, já que pelo segundo sul-americano seguido, o Brasil fica sem o título. Perder para Argentina no polo não pode começar a virar "normal".

Outra semelhança entre as modalidades é a ausencia de um ídolo. No handebol, Bruno até tentou voltar de contusão para jogar o pré olímpico, mas não conseguiu e não jogará. No polo, a Confederação tentou conversar com Kiko Perrone, brasileiro que defendeu a Espanha na última Olimpíada, mas o resultado não deu certo e ele não vai jogar o torneio.

Em 2010, a Confederação de Desportos Aquáticos tentou forçar uma renovação. Cortou da seleção os famosos nomes que vinham desde 99 em toda convocação, como Flipper, Daniel Mameri, Erik e outros. Já o handebol segue com um time muito parecido que venceu os Pans de 2003 e 2007, com Tupan, Myke, Marcão, Bruno Santana, Leo etc etc...

Muito parecidos dentro e fora das quadras, as duas modalidades buscam uma vaga olímpica que parece impossível.

Só parece

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