sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Retrospectiva Ciclismo


Um ano triste para o ciclismo nacional. Saiu zerado do Pan, viu outros casos de doping, continua nem a engatinhar na pista e não estaria classificado para Olimpíada nem no BMX, nem na pista nem no Mountain Bike. De notícia boa as três vagas do ciclismo estrada, uma boa geração que está surgindo no BMX e a maior quantidade de provas de Mountain Bike.

QUE PAN FOI ESSE?
O Ciclismo chegou ao Pan sabendo que não ia repetir o feito do Pan do Rio, quando conquistou quatro medalhas. Mas queria ao menos duas medalhas. Primeiro foi o MTB, em que os atletas culparam a altitude e o pouco tempo para se acostumar pelos resultados abaixo do esperado. Depois vieram as provas de pista, que já não se esperava medalha, que não vem e continua não vindo desde 1995. Aí as provas de BMX e o Brasil, com time renovado, ficou longe do pódio. Por fim, a última chance, a prova de resistência da estrada, em que Gregolry Panizo e Murilo Fischer eram favoritos. De novo longe do pódio.

VAGAS EM LONDRES
Na mesma semana em que saiu sem medalhas do Pan, o ciclismo nacional teve a boa notícia de que terá três atletas no ciclismo estrada de Londres, isso porque o país ficou entre os três primeiros das Américas no ranking da UCI. Resultado obtido pelo grande número de voltas que aconteceram no Brasil, sempre valendo pontos para o ranking olímpico.
Na principal competição do ano, o TOUR DO Rio, os colombianos dominaram e o Brasil teve apenas um entre os dez primeiros, Antonio Nascimento, em quinto lugar.
No Mundial da categoria, o Brasil teve uma atuação discreta. O melhor resultado foi na prova sub-23 de resistência, com Gideoni terminando em 32º. Sem representantes no contrarelógio, Flavia Oliveira ficou em 48º lugar,Marcia Fernandez e Lucienne Ferreira não completaram. No masculino, Rafael Andriato em 119º, Gregolry Panizo em 149º e Octavio Bulgarelli não completou.

GREGOLRY CAMPEÃO
Meses antes da confirmação das três vagas, o Brasil já tinha um lugar garantido. Isso porque Gregolry Panizo ganhou de forma incrível o pan-americano da modalidade, disputado na Colômbia, a casa do ciclismo na América Latina. O percurso foi desenhado para os colombianos, mas quem brilhou foi Gregolry que na chegada bateu dois adversários e ganhou o maior título do ano no ciclismo brasileiro.

QUEM DEVE IR A LONDRES?
São três vagas conquistadas pelo Brasil. Acho que duas delas já tem nome, Gregolry Panizo, pelo título no pan-americano da modalidade, e Murilo Fischer, que disputaria sua quarta olimpíada e que há tanto tempo pedala na Europa nas principais competiçoes do mundo. A terceira vaga seria bastante cobiçada, sem nenhum favorito. Na minha opinião devia ir um dos jovens talentos, ou Rafael Andriato ou Otavio Bulgarelli.

CAMPEONATO BRASILEIRO
Murilo Fischer foi campeão brasileiro de ciclismo estrada sem maiores dificuldades,sem precisar do sprint depois de já liderar sozinho na última volta da competição, realizada no interior paulista. Cleberson Weber foi vice. No feminino, Tatiani Cristina, que não tem patrocínio, levou o título. No contrarelógio deu Magno Prado e Luciene Ferreira.

ESTRADA FEMININA
Se o masculino está recheado de Voltas Internacionais, no feminino poucas são as competições no Brasil válidas para o ranking mundial. Assim sendo, as mulheres estão longe de uma vaga olímpica, que veio nas últimas Olimpíadas. O Brasil está em 29º lugar do ranking, e os 23 primeiros levam atletas para a Olimpíada.

BMX A TRÊS POSIÇÕES DA VAGA
A seleção masculina de BMX encerrou o ano na 13ª posição no ranking mundial sendo que apenas as 11 primeiras levam vaga olímpica. O Brasil está a 86 pontos da Alemanha, que está em 11º. No feminino, a vaga está um pouco mais distante, já que são apenas sete países que se classificam. No momento, o Brasil está em 10º a mais de 1000 pontos do sétimo colocado.E a Confederação já anunciou o objetivo real de uma vaga, inédita, em Londres.Serão oito competições até maio.
No mundial da categoria, a melhor colocação foi de Renato Rezende, que fechou em 33º. Squel Stein foi 36ª e Naiara de Almeida 41ª.
O Brasil ficou com alguns atletas treinando na Europa quase o ano inteiro, conquistando bons resultados no Circuito Europeu. Leandro Miranda, Bianca Quinalha, Priscilla Carnaval e Hugo Osteti, além de Renato Rezende fizeram bom papel no Velho Continente.

MOUNTAIN BIKE TEM ANO APAGADO
As equipes brasileiras masculina e feminina terminam o ano fora da zona de classificação para Londres 2012. Os homens estão perto da vaga, fecharam o ano em 25º, apenas 55 pontos atrás da Austrália, 24ª e última das classificadas. As mulheres, entretanto, seguem atrás. Terminam a temporada em 27º mas apenas 18 vagas são dadas.
Já escrevi algumas vezes isso aqui, o Mountain Bike feminino do Brasil está com péssimos resultados, pouca renovação e dependendo ainda de "veteranas" como Erika e Roberta. Novos valores começam a surgir em projetos como o MteenBike, da Jaqueline Mourão, mas ainda pouco, muito pouco.
No mundial adulto, Rubinho foi o melhor, em 48º dentre os mais de 100 atletas.

PISTA DISPUTA COMPETIÇÕES,MAS SEGUEM SEM RESULTADOS
O ciclismo pista segue como o primo pobre das bicicletas. Ainda com poucas competições aqui no Brasil, a modalidade teve um 2011 diferente, já que teve atletas viajando para etapas da Copa do Mundo. Porém, nenhum resultado muito bom, mas a experiência já é válida. Em Cali, por exemplo, foram 11 atletas.
O destaque da temporada foi Sumaia Ribeiro que ficou em sexto na prova de velocidade no Pan e em quarto na Keirin. Nas demais provas, principalmente as por equipes, o Brasil acumulou últimas posições em tudo que disputou.

FORA DO MUNDIAL
O Brasil não mandou nenhum atleta para o Campeonato Mundial, o que dificultou ainda mais a disputa por uma vaga olímpica, já que é a competição que mais vale pontos para o ranking mundial, que é o classificatório para Londres. Na mesma semana do mundial, foi disputado o Campeonato Brasileiro.
Acho um absurdo o Brasileiro ser na mesma data do mundial. Se no Brasil o calendário fosse lotado de competições, viagens, campings de treinamento eu entenderia que, por um acaso, as datas batessem. Porém, segundo o calendário da própria CBC, são apenas oito competições nacionais durante o ano.
Por fim, Os técnicos tem mudado constantemente. O atual é o quarto em menos de um ano. A promessa de Luis Vasconcellos, presidente da Confederação, feita ao blog em 2008 era que o principal foco da entidade nesse ciclo olímpico seria a pista. E, pelo jeito, não foi.

RECORDES BRASILEIROS
Porém, nem só de tragédia viveu o ciclismo pista do Brasil em 2011. No Pan-Americano da modalidade, disputado em maio na Colômbia, alguns recordes nacionais foram quebrados. Ainda são marcas inexpressivas mundialmente, mas valem para provar algum tipo de progresso.

BASE
O ciclismo BMX perdeu esse ano talvez o maior nome entre os jovens, Mayara, que já foi campeã mundial sub-15 e aos 18 anos despontava entre os adultos. Porém, abanodonou o esporte, não por falta de apoio, e sim por querer seguir uma outra carreira. Porém, o BMX segue com ótimos valores nas categorias de base. No mundial da categoria, Priscila ficou na sexta posição e Igor em oitavo.

RUMO A LONDRES
Até maio de 2012 o ciclismo estrada feminino, o BMX, o MTB e a pista seguem competindo no Brasil e no exterior para obter ao menos uma vaga em Londres, pelo ranking mundial fechado ainda no primeiro semestre

O QUE ESPERAR DE LONDRES
O máximo que o ciclismo pode esperar é um resultado melhor que em 2008. Na ocasião, Murilo Fischer conseguiu uma boa 20ª posição, ficando sempre no primeiro pelotão. Se conseguir fazer uma prova constante, pode melhorar isso. No MTB, se o Brasil conseguir uma vaga provavelmente larga entre os últimos, o que já dificulta bastante.
No BMX e na pista a vaga já será o maior lucro de todos.

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